terça-feira, 19 de agosto de 2014

OSTEOPOROSE: CUIDADOS PARA ATIVIDADE FÍSICA

osteoporose - exercicios
O estilo de vida de uma pessoa se relaciona diretamente com o depósito de Cálcio (Ca2+) nos ossos; podendo este se tornar mais resistente (forte) ou mais frágil (fraco). Dessa forma, temos a conhecida osteoporose, doença que afeta diretamente a estrutura óssea, e que tem se tornando muito frequente em uma população cada vez mais jovem.
Podemos classificar essa doença em três tipos principais:
  • Osteoporose Pós-Menopausa, ocorre em mulheres nessa fase devido a alterações na produção do estrógeno;
  • Osteoporose Senil, onde os indivíduos (homens ou mulheres) com mais de 70 anos são os mais acometidos, devido à perda natural da massa óssea;
  • Osteoporose Secundária, onde pessoas com doenças renais crônicas, portadores de doenças endócrino hematológicas e usuários de medicamentos por longos períodos, como, por exemplo, os corticoides.
Outras causas podem desencadear o início da doença, como:
  • Hereditariedade (histórico de casos na família);
  • Uso de fumo (industrializado ou não);
  • Uso de álcool (não existe quantidade segura para o consumo);
  • Dieta pobre em cálcio;
  • Sedentarismo (falta de atividade física regular).
Independente da causa que desencadeou a osteoporose, seus efeitos são sentidos na mesma proporção, respeitando apenas particularidades de cada pessoa. Nem sempre a osteoporose provoca dores, mas em alguns casos ela é sentida. Geralmente, a dor é resultado de fraturas, que podem acontecer espontaneamente, mesmo sem quedas.
Exames clínicos e de imagem vão ajudar no diagnóstico e constatar a presença de alguns sinais muito evidentes na osteoporose, como a curvatura da coluna e histórico de fraturas de difícil resolução, bem como a quantidade de cálcio presente nos ossos do quadril e fêmur, facilmente detectáveis no exame de imagem chamado densitometria óssea.
osso

Procure se alongar bem

caminhadaalongamento

O que não fazer!

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O osso humano tem uma estrutura interna bastante organizada e resistente ao impacto. Isso se dá graças ao acúmulo de compostos de Cálcio (Ca2+) em sua composição.
O cálcio tem papel importante no corpo humano, participando da composição de ossos e dentes, ajudando na função de músculos e nervos, além de auxiliar na permeabilidade celular e na coagulação sanguínea.

Exercício físico e osteoporose

Devido ao risco de quedas e fraturas, os portadores de osteoporose devem ter o máximo cuidado ao fazer uma atividade física, no entanto, isso não sua prática! É fundamental a participação de um profissional qualificado para orientar, com segurança, essa atividade.
Se estivermos considerando a atividade física para prevenção de quedas, fortalecimento muscular, equilíbrio e coordenação motora, podemos lançar mão de um profissional de educação física, que deve ser orientado quanto as condições especiais do praticante. No entanto, se o caso for um pouco mais complexo, onde o praticante está voltando de uma fratura, tendo permanecido por um longo período acamado, o profissional indicado deve ser um fisioterapeuta.
Esses cuidados são importantes para que a prática de atividade física traga o melhor resultado para o indivíduo. Pois, se for gerar riscos, a atividade deve ser evitada.
As atividades que geram impacto devem ter atenção especial, mas é essencial que, tanto para prevenção como para recuperação, o impacto esteja presente na atividade. Que fique claro: Baixo impacto. Ele é importante para estimular o depósito de cálcio nos ossos. Então, faça uma caminhada e sessões de alongamento. Aproveite também o sol.
Exercícios que promovam flexão e rotação da coluna são contraindicados. Como a prática de golfe e tênis. Além disso, é preciso ter cuidados ao fazer atividades domésticas ou ligadas a vida diária, como lavar louça ou calçar os sapatos. Esses podem provocar fraturas importantes.
O ideal é procurar um profissional qualificado para dar a orientação correta para cada situação. Evitando a prescrição de exercícios e medicamentos por conta própria.
Respeite seus limites e seja feliz.

Alexandre B. de Oliveira – Fisioterapeuta e professor do Centro Universitário Adventista de São Paulo.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Conceito Halliwick



Introdução
 
     “O Conceito Halliwick é uma abordagem para ensinar todas as pessoas, em particular as com deficiência física e/ou intelectual, a participar de atividades aquáticas moverem-se com independência na água e nadar” (Conceito Halliwick IHA 2010).
 
     Quando o Halliwick foi desenvolvido (veja, para mais detalhes, “A História do Halliwick” no site da IHA) era chamado de Método Halliwick. Em 1994 a Associação Halliwick Internacional (IHA) foi fundada com objetivos de promoção e desenvolvimento do Halliwick por todo o mundo. Decidiu-se, então, usar o termo Conceito Halliwick visto que a palavra “conceito” sugere amplidão estruturada, dentro da qual, diferentes praticantes podem aplicar o Halliwick, como apropriado, em contextos diferentes.
 
     O Conceito influenciou professores de natação tradicionais e técnicas de hidroterapia. Também foi desenvolvido dentro de atividades terapêuticas especificas.
 
     O Conceito Halliwick reconhece os benefícios que podem ser extraídos das atividades na água, e estabelece os fundamentos necessários para o ensino e aprendizagem neste ambiente. Estes benefícios são holísticos e incluem aspectos físicos, pessoais, recreacionais, sociais e terapêuticos. Portanto pode ter um importante impacto na vida das pessoas.
 
 Filosofia
 
     O Halliwick, desde sua concepção em 1949, sempre enfatizou a alegria de estar na água e como o prazer intensifica o aprendizado. Consistentemente manteve a filosofia de oportunidades iguais.
 
     O Halliwick usa o termo “nadador” para todos que estejam aprendendo na água, que possam nadar independentemente ou não, assim, enfatiza a inclusão, participação e altas expectativas.
 
     “Nadadores” aprendem a controlar o equilíbrio na água, sem ajuda de flutuadores. Conseguido através do trabalho na relação um-para-um com apoio mínimo e ajustável do assistente.
 
     O trabalho em grupos dá ao “nadador” a chance de aumentar o aprendizado, visto a melhor motivação e deixa que aprendam uns com os outros. Grupos possibilitam oportunidades para comunicação e socialização. Jogos tambem são utilizados como um bom cominho ao aprendizado pela brincadeira e diversão.
 
     Boa comunicação entre “nadador” e assistente é essencial por uma série de razões, incluindo o estímulo ao envolvimento no processo de aprendizagem.
Instrutores Halliwick consideram diferentes caminhos para auxiliar as pessoas a maximizar o aprendizado. Isto se aplica no ensino de “nadadores” com deficiências mas também quando ensinam novos instrutores nos cursos.
 
 O Programa dos Dez Pontos
 
     O Programa dos Dez Pontos é um processo de aprendizagem estruturado através do qual a pessoa sem experiência prévia pode progredir à independência na água. Isso acontece através do domínio e controle de movimentos no ambiente aquático.
 
     Através dos Dez Pontos o “nadador” gradativamente, melhora a respiração, equilíbrio e controle de movimentos, torna-se mais confiante na água e experimenta maior liberdade em imersão.
 
     Isto é conseguido através do trabalho na relação um-para-um, com um instrutor que dá apoio adequado permitindo ao “nadador” aprender sem o uso de flutuadores artificiais. Sempre que possível o “nadador” inicia e controla os movimentos, o instrutor dá o apoio quando e se necessário.
 
     Para muitos o Programa dos Dez Pontos será a oportunidade de aprender a nadar com competência, enquanto que para outros dará a chance de participar em outras atividades aquáticas.
 
Os Dez Pontos são:
 
1. Adaptação Mental
2. Desligamento
3. Controle da Rotação Transversal
4. Controle da Rotação Sagital
5. Controle da Rotação Longitudinal
6. Controle da Rotação Combinada
7. Empuxo
8. Equilíbrio em imobilidade
9. Deslize em Turbulência
10. Progressões Simples e Movimentos Básicos de Natação
 
 1. Adaptação Mental
 
Estar na água é diferente que em solo. Uma vez na água, o “nadador” deve aprender a responder apropriadamente a este novo ambiente, situações ou tarefas. Adaptação Mental é um processo continuo através de todo processo de aprendizagem. Por exemplo: aprender o controle da respiração (um aspecto da Adaptação Mental), pode começar como uma habilidade separada, apenas assoprando a superfície da água, mas que depois; será combinado com outra habilidade, por exemplo: sentar no fundo da piscina.
Um exemplo de adaptação mental. O “nadador” gostar de estar na água.
 
 2. Desligamento
 
Desligamento é um processo continuo de aprendizagem no qual o “nadador” torna-se física e mentalmente independente. Por exemplo: um “nadador” que tem medo de se movimentar na água necessitará muito apoio mas, quando se torna mais confiante e melhora o equilíbrio, necessitará menos apoio e estará mais desligado do instrutor.
 
Um exemplo de desligamento. O “nadador” distancia-se do instrutor.
 
 3. Controle da Rotação Transversal
 
Controle da Rotação Transversal é a habilidade de controlar movimentos ao redor do eixo indo de lado a lado (eixo fronto-transversal). Por exemplo: (i) da posição em pé, inclinar-se à frente para soprar bolhas (ii) da posição em pé para a flutuação de costas na água (iii) da posição de flutuação de costas para a posição em pé (com ou sem apoio) (iv) ser capaz de manter a posição em pé sem desequilibrar para frente ou para trás.
 
Um exemplo de controle da rotação transversal. Da flutuação de costas para a posição vertical.
 
 4. Controle da Rotação Sagital
 
Controle da Rotação Sagital é a habilidade de controlar movimentos para o lado ao redor do eixo, indo da frente para trás (eixo sagito-transversal). Por exemplo: (i) na posição em pé colocar um ouvido na água (ii) na posição em pé realizar movimentos laterais.
 
Um exemplo de controle da rotação sagital. Limitados movimentos laterais como corpo, quando alcança um objeto
ao lado.
 
 5. Controle da Rotação Longitudinal
 
Controle da Rotação Longitudinal é a habilidade de controlar movimentos ao redor do eixo longo do corpo como o eixo que passa desde a cabeça até o dedo do pé (eixo sagito-frontal). Este movimento pode ser na posição em pé ou em flutuação na horizontal. Por exemplo: (i) na posição em pé girar no mesmo lugar (ii) da posição de rosto na água rolar para a posição de flutuação horizontal (iii) quando nadando de frente, girar para inspirar.
 
Um exemplo do controle da rotação longitudinal.
Parar a rotação do tronco, girando a cabeça
 
6. Controle da Rotação Combinada
 
Controle da Rotação Combinada é a habilidade de controlar movimento utilizando qualquer combinação de rotações. Dá ao “nadador” o controle nas três dimensões de movimentos na água. Por exemplo: (i) da posição sentado na borda, entrar na água rolando até a posição de flutuação de costas na horizontal. (ii) readquirir uma posição estável, em flutuação de costas, após desequilibrar à frente. (iii) virada olímpica quando nadando na direção da borda.
 
Um exemplo de controle da rotação combinada. Da posição vertical, se desequilibrar à frente, adquirir a posição de flutuação de costas.
  
7. Empuxo
 
Empuxo é uma propriedade física da água que possibilita, a maioria dos “nadadores”, a flutuação na água. “Nadadores” precisam acreditar que a água dará apoio. Este processo frequentemente é chamado de inversão mental, porque o “nadador” deve inverter seu pensamento e perceber que flutua e não afunda. Neste momento do Programa dos Dez Pontos, atividades de submersão são ensinadas, assim, submergindo, você experimenta o Empuxo e como é difícil permanecer embaixo dágua. Exemplos de empuxo são: (i) o “nadador” retira seus pés do fundo da piscina e sente que a água pode sustentá-lo (saltando como Coelho) (ii) recolher objetos do fundo da piscina e sente o empuxo trazendo você de volta a superfície.
 
Um exemplo da sensação do empuxo. Quando tenta pegar algum objeto no fundo da piscina, o “nadador” irá sentir que retornará à superfície com muito pouco ou nenhum esforço.
  
8. Equilíbrio em imobilidade
 
Equilibrio em imobilidade é a habilidades de manter-se parado na água. Pode ser em diferentes posições e é dependente de ambos: controle do equilíbrio físico e mental. Flutuação é um exemplo de equilíbrio e imobilidade, por exemplo: (i) posição de flutuação na horizontal, (ii) na vertical, (iii) flutuação em Cogumelo. Quando equilibrado, outras atividades podem ser realizadas mais facilmente.
 
Um exemplo de equilíbrio e imobilidade. O “nadador” mantém a posição de flutuação de costas em águas turbulentas.
 
 9. Deslize em turbulência
 
No Deslize em Turbulência o “nadador”, na posição de flutuação de costas é movimentado através da água pelo instrutor sem nenhum contato físico entre eles. Isto é possível quando o instrutor faz turbulência em baixo do ombro do “nadador” ao mesmo tempo em que caminha para trás. O “nadador” tem que controlar rotações indesejadas e não realiza qualquer movimento de propulsão.
 
Deslize em Turbulência: o “nadador” desliza através da água em resultado da turbulência gerada pelas mãos do instrutor e/ou pelo seu deslocamento na água (por exemplo: andando para trás).
 
 10. Progressões Simples e Movimentos Básicos de Natação
 
Progressões Simples são movimentos básicos de propulsão. Podem ser simples movimentos com braços, pernas ou mesmo com o tronco. Por exemplo na posição de flutuação horizontal (i) aplaudir os lados do corpo, (ii) movimentos de remos com as mãos, (iii) bater as pernas.
 
Movimentos Básicos de Natação podem consistir de movimentos que requerem coordenação mais complexa e, normalmente, poderão envolver elevar os braços fora da água e incluir um elemento de deslize (equilíbrio em imobilidade).
 
Por exemplo: na posição de flutuação de costas com os braços ao lado do corpo, traga-os rente à superfície da água até a altura dos ombros depois, com os braços na água, mova-os até o lado do corpo, deslize e comece novamente o movimento.
 
Um exemplo de Progressão Simples. Aplaudindo as coxas causa propulsão através da água.
 
 
     Dominando a habilidade de controlar todos os pontos do Programa dos Dez Pontos Halliwick, o “nadador” é capaz de empregar uma ampla variedade de atividades na água. Ele pode brincar, submergir, competir e aprender estilos de natação. Neste momento o “nadador” alcançou sua independência na água.
 
 Halliwick na Terapia
 
     Terapeutas que trabalham no ambiente aquático podem usar o Programa dos Dez Pontos do Conceito Halliwick e sua filosofia como abordagem terapêutica, promovendo o bem estar de estruturas físicas e função corporal o que melhorará o aprendizado motor e a independência funcional.
 
     A qualidade de vida individual esta no centro da abordagem holística de saúde usado no modelo Biopsicossocial da Classificação Internacional de Funcionalidade Deficiência e Saúde (CIF) da Organização Mundial de Saúde (WHO 2001). A abordagem holística do Halliwick de ensinar as pessoas a participar de atividades aquáticas, mover com independência e a nadar adapta-se bem à estrutura da CIF.
 
     Terapeutas que desejarem atuar em limitações específicas podem usar a estrutura do Halliwick na atenção de áreas como: do movimento (incluindo amplitude, coordenação e planejamento) força, histamina, capacidade respiratória, controle oral, habilidade física, etc. A água também será um valioso local para integração sensorial.
 
     Habilidades sociais, comunicação, capacidade mental, bem estar psicológico e autoestima podem ser desenvolvidos através das sessões de Halliwick, especialmente quando trabalhado em grupos.
 
     O Halliwick introduz um novo fator ambiental para se trabalhar estratégias no movimento e controle do equilíbrio de forma diferente. Os atributos do ambiente aquático, mais especificamente das propriedades físicas de água, podem ajudar a pessoa a promover suas habilidades físicas, emocionais e integração social (Harris, 1978; Adams& McCubbin,1991; abordar & Datillo, 1996; Hutzler et al, 1998; Cole & Becker, 2004; Getz, 2006).
 
     O Programa dos Dez Pontos melhora a habilidade do paciente para iniciar e executar movimentos e atividades difíceis de serem realizadas no solo.
 
     Oportunizar a pratica de movimentos no ambiente aquático pode facilitar novos padrões que aumentam o reconhecimento e entendimento de diferentes conceitos da aprendizagem motora, processamento sensorial e aprendizado cognitivo e desenvolve a capacidade da organização de padrões de movimentos e controle das atividades de vida diária. (MacKinnon, 1997; Bumin et al., 2003; Getz, 2006; Getz et al., 2007).
 
     Nadar é uma atividade importante na promoção do bem-estar e expectativa de vida. Como descrito anteriormente, a natação, como ferramenta terapêutica, tem papel importante na melhora e manutenção da saúde
 
 Conclusão
 
     O Conceito Halliwick é uma abordagem para ensinar pessoas a participar de atividades aquáticas, a mover com independência e nadar. Isto é obtido através do Programa dos Dez Pontos. Além de ser uma maneira bem sucedida de ensinar natação a qualquer um, também pode ser utilizado na terapia.
 
 
 Fonte: “O CONCEITO HALLIWICK 2010”, Comitê de Educação e Pesquisa da Associação Halliwick Internacional – www.halliwick.org

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Cicatrizes e queloides: a preocupação de quem faz plástica



As células da pele passam por uma renovação constante durante toda a vida, afinal, esse é o maior órgão externo do corpo e está sempre propenso a pequenas lesões. Quando alguém faz algum machucado na pele, seja um corte, arranhão, cirurgia, tatuagem, etc., a área atingida por essa lesão aumenta a sua atividade de multiplicação celular, fazendo com que o local afetado tenha uma proteção renovada. "Essa renovação celular é normal e faz parte do processo cicatrização do local afetado", resume o Dr. Alderson Luiz Pacheco, cirurgião plástico da Clínica Michelangelo, de Curitiba - PR.

Porém, algumas pessoas apresentam um quadro de renovação de pele em excesso e o problema nesses casos é que as células que deveriam apenas preencher o espaço deixado pela lesão continuam se reproduzindo - mesmo após o preenchimento deste espaço - resultando em uma cicatriz hipertrófica ou em um queloide. "O queloide é o aumento no volume das células de um tecido. Isso acontece quando as lesões deveriam ter apenas uma cicatriz comum, mas "passam do limite" e as células continuam crescendo" explica,

Essas cicatrizes que se projetam além da superfície da pele (os queloides), normalmente adquirem cor avermelhada e podem vir acompanhados de coceira e dor no local. "A questão é que, além do crescimento demasiado no preenchimento da lesão, o queloide pode se estender além dessa área" alerta Pacheco.

Essa cicatriz hipertrófica não regride espontaneamente e os tratamentos precisam ser muito bem feitos para que os resultados sejam bons. "É difícil remover completamente um queloide. A retirada cirúrgica nem sempre é uma boa ideia, já que essa forma de tratamento pode resultar no surgimento de outro queloide ainda maior", observa Pacheco.

A medicina não sabe com precisão o que leva as pessoas a terem essa maior facilidade para desenvolverem os queloides, mas já é comprovado que pessoas de pele mais escura, afrodescendentes, asiáticos e hispânicos possuem mais facilidade para essa condição.

Outro fator de risco que faz com que pessoas possam desenvolver essa condição é a herança genérica. "Os queloides ocorrem principalmente entre a puberdade e os 30 anos, e também vale lembrar que durante a gravidez as mulheres possuem maior tendência a desenvolvê-los" explica Pacheco.

O diagnóstico do queloide é feito com base na aparência da pele ou da cicatriz. Uma biópsia da pele pode ser necessária para descartar outras formações que ocorrem na pele (tumores). Pacheco lembra que essas cicatrizes geralmente não representam risco à saúde, mas podem afetar a aparência. O especialista lembra ainda que a exposição ao sol durante o primeiro ano após a formação do queloide faz com que ele fique mais escuro do que a pele ao seu redor.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Cervicalgia - quando e como tratá-la



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Manobras e posturas para o tratamento de dores crônicas e agudas
Por ser uma queixa frequente, quando o tratamento fisioterápico é indicado?

A Fisioterapia é indicada tanto no caso das cervicalgias agudas como nas crônicas, pois existem métodos adequados para cada estágio, como a Facilitação Neuromuscular proprioceptiva e a Reeducação Postural Global, utilizando contrações isométricas ou isotônicas associadas a técnicas específicas com alongamentos ou relaxamento em posturas apropriadas. É preciso realizar uma avaliação fisioterápica detalhada de modo a observar as alterações que podem ser responsáveis por essa queixa, investigando se a dor é decorrente de um trauma muscular, articular ou de problemas posturais. Sendo assim, o tratamento será indicado conforme o diagnóstico cinesiológico funcional.

Até que ponto o problema pode ser a causa de um quadro doloroso?

As alterações posturais têm grande responsabilidade pela maioria dessas dores que podem iniciar lenta e progressivamente devido aos encurtamentos musculares, que vão se formando nas regiões anterior e posterior da cervical bem como na superior do ombro. O paciente apresenta frequentemente uma cabeça anteriorizada em relação à coluna dorsal, uma extensão da cabeça em relação ao pescoço ou inclinações laterais da cabeça ou do pescoço, que podem ser de alteração leve, moderada ou grave. Depende do nível dos encurtamentos, podendo ser também de origem súbita com dor mais intensa após dormir em posturas inadequadas ou execução de um movimento brusco. Pode ocorrer em função da amplitude normal de movimento durante uma atividade funcional.

O portador de cervicalgia deve evitar quais posturas?

As posturas sentada ou deitada com flexão de cabeça mantidas por longos períodos, muito comum durante a leitura, na televisão e no computador devido a baixa altura dos monitores. A postura de inclinação lateral da cabeça e elevação do ombro ao atender ao telefone, quando coloca o apoio do fone entre a cabeça e o ombro. A utilização do membro superior em elevação durante muito tempo também deve ser evitado, comum entre bibliotecários, cabeleireiros, garçons e outros. A cada 50 minutos deve ser feito um alongamento muscular e neural nessas regiões da cervical e membros superiores. 

A posição para dormir também pode ser determinante. Até onde o tipo de travesseiro ou de colchão responde pelas dores na região do pescoço e na nuca? 

Como boa parte da vida estamos sobre o colchão e o travesseiro, os mesmos são determinantes para manutenção de um bom alinhamento da coluna vertebral, o colchão deve ser semi-ortopédico e com densidade apropriada a cada indivíduo. O travesseiro não pode ser alto, deixando a cabeça fora do alinhamento. Pode-se dormir em decúbito lateral com um travesseiro entre os joelhos, outro apoiando a cabeça no espaço vazio entre a cabeça e o ombro e outro dando suporte ao membro superior contra-lateral ao colchão. Também em decúbito dorsal, com um travesseiro no espaço da cervical na altura onde a cabeça possa ficar em linha neutra; outro abaixo dos joelhos (que devem estar semi-fletidos). Deve-se evitar dormir em decúbito ventral (bruços), pois essa postura pode provocar uma rotação cervical mantida por longo período, gerando um desalinhamento entre as colunas cervical, dorsal e lombar. 

Em quais casos o uso do colar cervical (faixa de segurança que restringe o movimento do pescoço) é prescrito? 

É indicado nas cervicalgias agudas provocadas por traumas de grande intensidade. O colar cervical deixa a coluna cervical em posição neutra, diminuindo a mobilidade, a tensão muscular e a sobrecarga articular, evitando a exacerbação dos sintomas. 

A ginástica laboral, com ênfase nas posturas de alongamento, são vitais para a prevenção das dores no pescoço?

Não são vitais, porém necessárias. Os alongamentos previnem as lesões musculares e neurais, devido seus encurtamentos provocarem um tensionamento nas estruturas periarticulares, sendo responsáveis por várias patologias, a exemplo das tendinopatias, que normalmente iniciam com dores inflamatórias e evoluem para processos degenerativos dos tecidos moles como ligamentos, tendões, bursas, cápsula articular e fibras musculares.

Como área de sustentação entre a cabeça e a coluna, a nuca é uma das regiões que concentra todos os excessos a que submetemos nosso organismo.

A coluna cervical é o segmento mais móvel de toda a coluna vertebral. A região é submetida a um grande número de agressões e pressões, a exemplo do peso da cabeça, esforços ao nível dos membros superiores, posturas de trabalho, esporte, sono e incidência do estresse. A coluna cervical é subdividida em superior, sendo composta de atlas (C1) e axis (C2), e inferior que começa em C3 e termina em C7. A cervical superior tem uma mobilidade mais baixa comparada com a inferior, que possui larga amplitude de movimento. Essas diferenças geram desalinhamentos articulares e sobrecargas musculares, provocando alteração da biomecânica. As cervicalgias podem ocorrer associadas às contraturas musculares com pontos de gatilho, hérnias de disco, doença articular degenerativa, inflamatória, infecciosa e metabólica, alterações posturais, compressão nervosa, estenose do canal medular, fraturas e outros. Sendo assim, é necessário que seja feita uma avaliação fisioterápica criteriosa, devendo ser complementada com alguns exames radiológicos.


Fonte: Diario online

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Estica e Puxa



Sete exercícios de relaxamento para preparar os músculos antes do exercício físico

Estica, alonga, contrai e solta. Todo mundo já ouviu falar que antes de praticar exercícios físicos deve-se aquecer os músculos com um bom alongamento, certo? Errado. De acordo com especialistas no assunto, o relaxamento – termo correto para este tipo de atividade física – deve ser feito após o exercício. E, atenção, sempre com a orientação e indicação de um profissional capacitado.

Segundo o chefe do Laboratório de Patologia Neuromuscular e professor adjunto de Patologia Cirúrgica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Dr. Beny Schmidt, o termo alongamento é usado de forma equivocada no Brasil e fora do país. Ele explica que o correto é dizer relaxamento. "O músculo não possui propriedade de aumentar o seu comprimento. Não existe alongamento muscular. Toda vez que estico um braço, não estico os músculos do membro, eu faço relaxamento."

Outro mito acreditado pelas pessoas é o de que seja necessário fazer o "alongamento" antes da prática de exercícios físicos. Dr. Beny explica que, em atividades de alto rendimento, o relaxamento somente possui valor depois da atividade física, porque a pessoa relaxa a musculatura, entrando em piores condições de obter uma vitória do aquela que está mais preparada, com certo grau de contração muscular. "Eu vou lutar boxe com alguém. Eu vou ficar treinando e a outra pessoa vai ficar relaxando. Quem vai levar vantagem? Eu, que estava treinando." – conta o médico, que exemplifica quais são os exercícios de alto rendimento: "O boxe, o vôlei e o futebol são os principais."

Saiba também que a prática não é importante somente para quem faz exercícios de alto rendimento. Ela pode ser boa para quem leva uma vida agitada e ainda sim não tem muito tempo para ir para academia. "Hoje em dia todas as pessoas precisariam fazer os exercícios de relaxamento por causa da vida estressante. É uma arma poderosa para relaxar e pensar na nossa saúde. O principal benefício é o alivio do estresse, da dor muscular e, sobretudo, é uma boa forma de prevenção das lesões musculares produzidas por atletas e por não atletas."

Além disso, o médico faz um alerta a aqueles que já passaram dos 45 anos. "Depois dessa idade, todo ser humano começa a perder massa muscular. Não adianta praticar somente atividades aeróbicas. Elas devem fazer atividades com carga de peso. Então, o relaxamento deve ser feito após esses exercícios." Quem se interessou pelo relaxamento deve ter em mente que a prática deve ser recomendada por um profissional que conheça inteligência muscular e sempre com orientação.

Confira na próxima página sete exercícios para relaxar e preparar os músculos para o exercício físico:

1) Em pé ou sentado, mantendo as costas retas, em postura correta, apoie uma das mãos no ombro oposto e, com a outra, puxe o braço pelo cotovelo, com o pescoço virado para o ombro do mesmo lado, mantendo por alguns segundos.

2) Com as duas mãos na nuca, alongue o pescoço suavemente para frente. Com a mão na lateral oposta da cabeça, dobre o pescoço em direção ao ombro. Depois, gire lentamente o pescoço sobre os ombros, invertendo o sentido após alguns segundos.

3) Sentado, com a postura ereta, coloque uma das pernas dobrada sobre a outra. Com as duas mãos na parte externa do joelho, puxe-o para a sua direção. Não precisa forçar muito. Segure por 10 segundos, respirando normalmente. Dê uma pequena pausa e faça o mesmo com a outra perna. Faça rês repetições com cada perna.

4) Para aliviar as tensões dos ombros e da coluna cervical, basta mexer os ombros em movimentos circulares para frente e para trás por alguns segundos. Mantenha sempre as costas apoiadas no encosto da cadeira e os pés no chão.

5) Com os pés descalços, pegue uma bola de tênis ou outra com resistência parecida e pressione-a com diferentes partes do pé, como calcanhar e os dedos, por exemplo. Role a bola pela sola do pé. Repita os movimentos por cerca de 30 segundos para cada pé, mas faça uma pausa entre um pé e outro. Isso vai provocar um relaxamento em toda a coluna e nas coxas.

6) Em pé, com os joelhos levemente dobrados, ou sentado, mantendo a postura ereta, cruze os dedos das mãos acima da cabeça, com as palmas viradas para cima e promova a extensão dos braços até o limite, mantendo por cerca de 15 segundos. Faça uma pausa e repita e o exercício.

7) Em pé, mantendo a perna de apoio apontada para frente, apoie o pé da outra perna em superfície segura e da altura da sua coxa ou quadril e, com o joelho dobrado, leve gentilmente o quadril à frente, mantendo a posição por cerca 20 segundos. Faça o mesmo com  a outra perna.