segunda-feira, 21 de maio de 2012

Tanque de flutuação garante relaxamento profundo

Câmara recria ambiente do Mar Morto e ausência de estímulos permite desconectar a mente






À primeira vista, a câmara de 1,12m de altura por 3,5 m de comprimento causa certa claustrofobia. Pensar em se fechar dentro do ambiente escuro, isolado acusticamente, com apenas 25 centímetros de água salgada e relaxar parece impossível.
 
No entanto, aos poucos a experiência vai se tornando prazerosa, a pessoa vai ganhando confiança e uma hora depois, quando um pequeno tremor anuncia o fim da sessão, o corpo está totalmente relaxado.

Para encarar o tratamento no tanque de flutuação, é preciso uma pequena preparação. Deve-se esvaziar a bexiga, tirar joias, relógios e lentes de contato, tomar uma ducha para retirar a oleosidade da pele, tampar os ouvidos com protetores auriculares e proteger arranhões ou cortes com curativos de silicone. Homens não devem fazer a barba no dia da flutuação, assim como as mulheres não devem se depilar.

Banho tomado, a pessoa fica sozinha na sala onde a câmara está localizada, garantindo privacidade. Primeiro um pé vence a desconfiança, seguido do outro. A porta pode ser deixada aberta, ou ainda entre-aberta, uma boa opção para espantar a claustrofobia inicial. A água morna, mantida a 35°C, temperatura semelhante a do corpo humano, acalma. A impressão dos primeiros minutos é semelhante à de estar em uma banheira. Mas conforme o tempo passa a flutuação fica mais natural, braços, pernas e tronco vão se soltando e tomando conta do espaço e o relaxamento vai se aprofundando.

A mistura de 600 litros de água com 350 quilos de sal Epson é a responsável por garantir a sensação de falta de gravidade. A concentração elevada também evita que a pele enrugue ou resseque.

A água vai acolhendo o corpo, que solta cada músculo, cada articulação, encontrando a posição mais confortável, sem barreiras. Dores esquecidas – ou até aquelas velhas conhecidas – vão ficando suaves. A falta de estímulos permite que a mente também aproveite o relaxamento. Há quem quase durma.

“A ausência de som, a pouca claridade e a falta de cheiros reduzem a função do cérebro , permitindo um descanso mais profundo”, explica Helena Liva, terapeuta holística e responsável por trazer o tanque ao país.

“Uma hora de flutuação é equivalente a quatro horas de sono”, garante. Para Helena, a flutuação difere dos métodos convencionais, como a massagem, pois permite também um relaxamento emocional.

A ideia de importar a terapia veio depois de uma viagem à Israel, onde a terapeuta teve a oportunidade de se banhar no Mar Morto.

“Descobri que soldados israelenses utilizavam o dispositivo como tratamento para insônia , síndrome do pânico e trauma pós-guerra”, relata. Ela testou, aprovou e importou. Atualmente existe apenas um tanque como esse no Brasil, na Inner Fit, clínica de medicina complementar, em São Paulo. No local, o tanque é utilizado no tratamento de atletas, como uma fisioterapia, ou ainda contra a ansiedade e a depressão.

“Também temos resultados muito bons em gestantes após o terceiro mês”, garante Fábio Abreu, coordenador da Inner Fit.

Lincoln Lima, professor de educação física, experimentou a flutuação um dia antes do casamento. “Eu estava muito tenso, enfrentando problemas com a viagem de lua-de-mel. Saí leve. Estava até me achando mais bonito”, relata.

Ele afirma que os benefícios perduraram pelos três dias posteriores. A insônia, que o deixava com olheiras, desapareceu.

“A qualidade do sono melhorou, sinto meu corpo mais relaxado. Hoje faço duas vezes por mês”, diz. Cada sessão custa R$200, mas o preço pode diminuir se a pessoa fechar um pacote.

Uma hora depois, quando a sessão termina, nem é preciso recomendar calma. O efeito relaxante faz com que tudo seja realizado de forma tranquila. A ducha após o tratamento ajuda a despertar o corpo, mas a sensação de descanso permanece. Difícil mesmo é voltar à rotina.


Fonte: http://saude.ig.com.br

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