Dermatologista fala sobre micoses e como tratá-las corretamente
Praia, calor, sombra e água fresca. O verão é maravilhoso, não é mesmo? Mas é nessa estação do ano que também é muito comum surgirem as incômodas micoses. E quem pensa que essas afecções cutâneas provocadas por fungos se resumem a pequenas manchinhas brancas na pele está muito enganado. Segundo especialistas, esses micro-organismos podem até afetar órgãos internos do corpo. Então, se você apresenta alguma micose não perca tempo e procure um dermatologista.
As micoses são muito indesejadas. Existem dois tipos delas: as superficiais e as profundas. Segundo a dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) Dra. Paula Dadalti, os tipos mais comuns são as formas superficiais como a pitiríase versicolor, as dermatofitoses ou tíneas e a candidíase. Elas costumam aparecer na pele, nas unhas e no couro cabeludo. “As dermatofitoses clássicas apresentam-se na forma de lesões em placa, com bordas ativas, popularmente chamadas de 'impingem'. Costumam causar comichão e podem acometer qualquer parte do corpo. Já a pitiríase versicolor, conhecida como 'pano branco', aparecem na forma de manchas brancas ou podem possuir uma coloração acastanhada coberta por descamação fina. Quando atingem as unhas causam descolamento e espessamento da lâmina ungueal. Nos cabelos, provoca queda deixando as áreas com pelos curtos e descamação.”
“No caso da pitiríase versicolor, as regiões mais comuns são o pescoço, tórax e os ombros. As impingens acometem frequentemente as regiões inguinais, como as virilhas, e plantares, que são as solas dos pés. Além disso, são bastante prevalentes nas unhas, conhecidas como onicomicoses. Os micro-organismos podem afetar várias outras partes do corpo, como, por exemplo, o couro cabeludo de crianças. É o caso da tinea capitis.” - explica a médica.
Mas, existem outros tipos de micoses que não são tão simples e vão além da pele e das mucosas. De acordo com a dermatologista, os fungos podem afetar órgãos internos do corpo, como os pulmões e o sistema nervoso central. Ela cita uma espécie de micose profunda localizada no tecido subcutâneo que, hoje em dia, tem sido muito tratada. "A esporotricose, antigamente, se pegava por arranhão em roseira, mato e palha. Mas, atualmente, as pessoas têm contraído por arranhão de gato. O animal geralmente vai ao jardim, se contamina e passa para as pessoas. Ela é tratada com antifúngicos por via oral, tomado, claro, com acompanhamento médico."
Pessoas de todas as idades estão sujeitas a esses micro-organismos. E o calor e a umidade tornam o ambiente mais favorável à proliferação de alguns fungos. “Fatores locais como mãos sempre úmidas, por exemplo, podem dificultar o tratamento e favorecer as recidivas. Para evitar o contágio, é importante arejar as regiões mais propícias e secá-las bem após banho.” - aconselha Dadalti.
Se você foi acometido por micoses, não fique preocupado. Elas podem ser tratadas com antifúngicos tópicos ou sistêmicos. “A escolha do tratamento vai depender do grau de extensão da doença e do tipo dela. Por outro lado, devem ser respeitadas as limitações de cada indivíduo, já que as drogas sistêmicas são muitas vezes hepatotóxicas - tóxicas para o fígado - e apresentam grande frequência de interações medicamentosas.” - finaliza a dermatologista.
Fonte: maisde50.com.br