1. Efeitos sobre a Pele
Alguns autores comprovaram que a massagem atua de forma direta sobre as camadas superficiais da epiderme, tornando mais eficaz a função das glândulas sebáceas e sudoríparas e outros efeitos:
• Melhora a permeabilidade dos poros;
• Melhora a micro-circulação;
• Aumenta a hidratação da pele;
• Aumenta a elasticidade da pele e de estruturas abaixo desta.
Rosenthal observou que a massagem aumenta a temperatura cutânea de 2 a 5 graus através de efeitos mecânicos diretos e de efeitos vasomotores indiretos.
Atua ainda sobre as terminações nervosas sensitivas, diminuindo sua hipersensibilidade, aliviando, assim, algumas dores.
Nas fraturas, após a retirada do gesso, a massagem atua provocando descamação das células mortas. Nas aderências e cicatrizes, os movimentos de fricção são úteis para diminuí-las.
2. Efeitos na Circulação Sangüínea
Mennel: "A pressão da massagem em direção da circulação venosa é comparável com o ato de comprimir qualquer tubo elástico, fazendo esvaziar seu conteúdo líquido".
A massagem pode atingir a circulação de 2 modos:
a) Efeito Mecânico feita no sentido centrípeto, auxilia a circulação de retorno venoso e linfático;
b) Efeito Reflexo provoca a contração das fibras musculares lisas das paredes dos vasos.
A pressão ligeira provoca uma dilatação dos vasos de forma imediata e fugaz. A pressão intensa prolongada produz dilatação mais duradoura.
A massagem melhora a circulação cutânea, principalmente artérias e veias superficiais e capilares linfáticos; ajuda o intercâmbio de líquidos tissulares da epiderme; aumenta a nutrição dos tecidos e elimina produtos de fadiga e inflamação.
Teoricamente, a massagem poderia aumentar a quantidade de sangue venoso que chega ao coração, a freqüência do trabalho cardíaco e também poderia aumentar a quantidade de sangue arterial que chega à periferia
3. Efeitos sobre os Componentes Sangüíneos
Mitchel (1945) - afirmava que técnicas de massagem aumentavam as hemácias e a taxa de hemoglobina.
Mas, novas experiências mostram que o aumento das hemácias se dá por aumento de circulação, e não por formação de hemácias.
4. Efeitos sobre a Circulação Linfática
Nos capilares linfáticos da pele e tecido subcutâneo, a linfa pode mover-se em qualquer direção (Földi, M.2000). Seu movimento depende das forças externas do sistema linfático (gravidade, contração muscular, movimento passivo e massagem). Se houver obstrução em qualquer parte dos vasos linfáticos profundos, ainda é possível manter os vasos linfáticos superficiais abertos. Se a parte é massageada, é oferecida a oportunidade de drenar pela gravidade (a linfa se moverá através dos canais).
Lodd, Kottke e Blanchard (1986), ao comparar os efeitos da massagem, movimentação passiva e estimulação elétrica sobre a velocidade da linfa nas coxas de 15 cães, verificaram que a massagem foi significativamente mais importante nesta série de animais.
Bell recomendou o uso de massagem para o tratamento de edema de fraturas, em vista de seu efeito sobre o fluxo venoso e linfático.
A massagem deve ser feita com o paciente bem relaxado; se não houver relaxamento muscular, a luz dos vasos sangüíneos e linfáticos fica reduzida e a circulação não pode ser integralmente influenciada pela massagem.
5. Efeitos sobre o Tecido Muscular
A literatura referente aos efeitos da massagem contém um número relativamente grande de afirmações positivas e implicações sobre o efeito da massagem no tecido muscular, em comparação com os seus efeitos sobre outros tecidos e sistemas de organismo.
• Músculos Normais: Kellog: "A massagem produz verdadeiro aumento de volume das estruturas musculares. Também faz com que o músculo fique mais firme e elástico".
Despard: "A massagem melhora a nutrição de músculos e, portanto, promove seu desenvolvimento".
McMillan (1945): "Os músculos se fortalecem e crescem mediante manipulação".
Autores modernos concordam que a massagem não aumenta a força muscular, mas aumenta a circulação sangüínea e linfática. Assim sendo, o músculo em questão receberá um maior aporte de sangue oxigenado e, aí sim, terá maior resposta às atividades que está executando.
Mennel: "A força muscular pode ser desenvolvida somente pela contração muscular e nenhuma forma de massagem tem influência, há não ser indiretamente. A massagem pode ser útil, possibilitando ao músculo realizar mais exercícios e, assim, desenvolver sua força".
Rosenthal e outros demonstram que o músculo fatigado por trabalho ou estimulação elétrica recupera-se muito mais rapidamente mediante aplicações de massagens do que por meio de repouso.
Nordschow e Bierman concluíram que "a massagem manual pode causar relaxamento dos músculos voluntários".
Alguns autores afiram que a massagem aumenta o tônus muscular, mas isto não está comprovado experimentalmente (Cassar, M. P.1998).
• Músculos Lesionados: Castex provocou lesões por amassamento em músculos de animais. Aplicou massagem em um grupo e em outro não.
Os músculos não tratados apresentaram:
1 - Dissociação de fibras musculares;
2 - Hiperplasia com engrossamento do tecido conjuntivo;
3 - Aumento do número de núcleos do tecido conjuntivo;
4 - Hemorragias intersticiais;
5 - Aumento do diâmetro dos vasos.
Nos músculos tratados, houve:
1 - Músculos com aspecto normal;
2 - Sem bandas fibrosas separando fibras musculares;
3 - Sem engrossamentos fibrosos ao redor dos vasos;
4 - Em geral, o volume muscular era maior;
5 - Sem sinais de hemorragia;
6 - Sarcolema intacto.
• Músculo Desnervado: Foi muito utilizada a massagem sobre o músculo desnervado, mas pouco se sabe sobre a sua atuação.
Chor e Dolkart (1990) estudaram a atrofia muscular por desuso e a atrofia de músculos desnervados. Observaram que a atrofia que se produz em um músculo esquelético que não está em uso é lenta e acompanhada de mudanças estruturais muito simples. A atrofia consecutiva à secção nervosa ou lesão das células do corno anterior da medula espinhal é maior do que a resultante da falta de uso. Eles consideraram inevitável a atrofia e degeneração dos músculos esqueléticos desnervados e logo comprovaram que a massagem não previne a atrofia depois de um período de seis semanas, mas graças ao seu efeito inibidor sobre a formação de tecido fibroso permite aos músculos normalizarem-se com mais rapidez depois de restabelecer sua inervação.
• Fibroses e Contraturas: A fibrose ocorre em músculos imobilizados, lesionados ou desnervados e pode provocar contraturas. O músculo encurta-se por falta de elasticidade do tecido fibroso e por formação de aderências entre as capas de tecido conjuntivo. É possível que a massagem, ao exercer tensão sobre o tecido fibroso, previna a formação de aderências e quebre pequenas aderências já formadas. Através de amassamento e fricção.
O QUE SE VISA ALCANÇAR ATRAVÉS DA MASSAGEM É MANTER OS MÚSCULOS NO MELHOR ESTADO DE NUTRIÇÃO, FLEXIBILIDADE E VITALIDADE PARA QUE DEPOIS DA RECUPERAÇÃO DO TRAUMA OU DOENÇA, O MÚSCULO POSSA FUNCIONAR NO SEU MÁXIMO.
6. Efeitos sobre o Tecido Adiposo
É o tecido que se acha logo abaixo da pele, vasos sangüíneos e linfáticos circulam em sua superfície. É constituído de fibras elásticas e células conjuntivas. A massagem sobre este tecido repara os males causados pela insuficiência circulatória (varizes e celulite).
Neste tecido, a massagem deverá ser um pouco mais enérgica, mas nunca com força exagerada, pois pode haver hematomas, e uma massagem onde o paciente apresenta hematomas foi mal feita (Wood & Domenico), pois ocorreram rupturas de vasos sangüíneos e capilares linfáticos, e isso só vai prejudicar o trabalho do profissional, acarretando muitas vezes na perda do paciente.
A espessura do tecido celular subcutâneo é variável, dependendo da maior ou menor quantidade de gordura localizada no paciente.
A massagem no tecido celular subcutâneo adiposo localizado facilita mobilização de líquidos corporais, aumentando, assim, em alguns casos, a diurese e o trabalho intestinal.
Muitos profissionais afirmam que a massagem pode "queimar" gorduras. Esses profissionais apenas deturpam os conhecimentos de anatomia e fisiologia, pois a massagem não "queima" gordura. E na literatura médica séria (Guyton 2002 e Jacbson 1988) não há menção de algo desse tipo. A única forma de "queimar" gorduras é fazer um sério trabalho de reeducação alimentar e exercícios físicos. Neste caso sim, a massagem poderá auxiliar numa desintoxicação e melhorar a auto-estima do paciente.
Krusen (1941) sustentou que a observação clínica e tentativas de eliminação, de gordura com massagem foi falho, o que se consegui foi somente pequenas hemorragias nas regiões submetidas ao tratamento.
Estudos microscópicos das áreas massageadas não revelaram nenhuma alteração na gordura, segundo Wrigth, Kalb (1975) somente pequenas hemorragias subcutâneas.
7. Efeitos sobre o Osso
Key e Cols realizaram massagem durante 10 min. 2 vezes ao dia, durante seis semanas em paciente e não notaram nenhuma alteração em relação a outro indivíduo com a mesma atrofia óssea local.
A massagem é usada amplamente para tecidos moles ao redor da fratura, pois esses tecidos acabam criando fibroses e contraturas que poderão limitar os movimentos da região afetada e poderão apresentar edemas, que com o uso criterioso de algumas técnicas de massagem poderão diminuir e, assim, o paciente terá uma recuperação mais rápida e com menos dor.
Mack (1990) relatou: "algumas investigações recentes tendem a mostrar que o calo ósseo é formado seguindo a linha de novos vasos sangüíneos formados no foco de fraturas; em conseqüência, tudo que intensifique a circulação na área da fratura, sem produzir deslocamentos dos fragmentos, deve ajudar a deposição de ossos". Neste caso, uma massagem leve pode auxiliar, pois aumentando a circulação, ocorrerá uma melhor organização dos novos vasos sangüíneos que estão se formando e redução do edema que, muitas vezes, acompanham uma fratura.
8. Efeitos sobre o Metabolismo
Curthbertson e seus experimentos demonstraram:
• A excreção de urina aumenta, sobretudo, após uma massagem abdominal;
• A excreção de ácidos e o equilíbrio ácido-básico do básico do sangue não se alteram;
• A excreção do nitrogênio, fósforo inorgânico e cloreto de sódio aumentam;
• Em pessoas normais, não há efeito sobre o consumo basal de O2 na freqüência cardíaca ou pressão arterial.
Rosenthal concluiu que o efeito cumulativo sobre os diversos processos metabólicos deve-se à sua influência sobre a circulação das regiões em que se aplica.
9. Efeitos sobre o Sistema Nervoso
Chor e Cols comprovaram que a massagem e o exercício passivo não influem no grau de regeneração de um nervo periférico seccionado e suturado.
Von Mesengeil comprovou clinicamente que a dor causada por massagem intensa diminui de forma gradual à medida que se continua o tratamento por algum tempo.
O efeito sedativo geral é fácil de demonstrar e Mennell afirmou que "provavelmente atua sobre o sistema nervoso central em forma local sobre os nervos sensitivos e talvez motores". A massagem aplicada de forma enérgica tem ação estimulante e excitante.
10. Efeitos nos Pulmões
Cyriax (1950 & 1990) relatou que as técnicas de percussão, combinadas com drenagem postural, podem deslocar o material mucoso e muco-purulento dos brônquios e que a gravidade e vibração ajudam a mover as secreções da periferia insensível do pulmão para a área em que o reflexo de tosse está presente.
11. Efeitos sobre o Abdômen
Causa excitação sobre os centros nervosos, melhorando o peristaltismo dos intestinos e auxiliando, assim, a absorção dos nutrientes em nível intestinal, bem como na evacuação do bolo fecal, ajudando também a combater a prisão de ventre (Cassar, 1998; Wood & Domenico, 1998).
12. Efeitos Psicológicos da Massagem
A atenção concentrada do massagista para o paciente, combinada com a sensação física agradável, freqüentemente estabelece uma relação de confiança entre o massagista e o paciente, que revela suas inquietações. O massagista deve ser cuidadoso em prevenir que não se crie dependência entre paciente e profissional.
Fonte: JOELSON FACCHINI
Olá, gostei muito do artigo, concordo com tudo o que falou, a massagem tem um grande poder sobre o corpo humano.
ResponderExcluirObrigada.
ResponderExcluirSim, é um texto onde, de uma maneira clara e de fácil entendimento, expõe aspectos técnicos que poucos conhecem.