Exercícios
Físicos e Depressão
Uma das recomendações
para o tratamento da depressão é a prática de exercícios físicos. O desafio,
porém, das pessoas deprimidas é sair para praticá-los, pois elas se sentem
desanimadas e sem energia, o que faz parte da depressão, e em geral dizem que
quando melhorar, irão caminhar. Mas o que é necessário é fazer esforço para
caminhar para melhorar.
Estudos tem demonstrado a importância de exercícios físicos
como fator cooperador e às vezes tão eficaz quanto a terapia e medicação para a
melhora de sintomas depressivos. Por exemplo, no artigo do American Family
PhysicianJournal, “Exercise, Yoga, andMeditation for
DepressiveandAnxietyDisorders” (“Exercício, Yoga, e Meditação para Desordens
Depressivas e de Ansiedade”), 2010, Apr15;81(8):981-986, os autores comentam
que há extensiva literatura sobre intervenções em exercícios físicos para a
depressão. E todos os artigos científicos relatam que o exercício produz
significantes redução de sintomas depressivos e isto é comparável com o que
ocorre na Terapia Cognitivo-Comportamental e mesmo com o uso de Sertralina, um
antidepressivo.
Uma das maiores análises de artigos científicos sobre o
assunto, na qual se analisou 25 pesquisas, encontrou que o exercício produziu
efeitos clínicos marcantes na melhora depressiva. Dois estudos controlados
mostraram que os exercícios aeróbicos de alto consumo energético (com perda de
17.5kcal por quilograma de peso e por semana) ou treinamento de resistência,
produziram maiores reduções de sintomas depressivos do que os de baixo consumo
energético (com perda de 7 kcal ou menos por quilo de peso por semana).
Vários estudos mostraram ser o exercício físico superior ao
placebo (remédio sem substância química, geralmente feito de amido) e igual ao
tratamento com antidepressivos do tipo ISRS – Inibidores Seletivos de
Recaptação da Serotonina (fluoxetina, paroxetina, sertralina, etc.).
Quanto à frequência dos exercícios físicos e alívio dos
sintomas depressivos, se verificou que as pessoas que praticam exercícios
aeróbicos de três até cinco vezes por semana, apresentam maior redução destes
sintomas, comparados com as que praticam somente uma vez na semana. Não se
verificou diferenças quanto ao fato de se a pessoa pratica as atividades
físicas em grupo ou individualmente, com ou sem supervisão.
Entretanto, é bem possível que as atividades aeróbicas sejam
mais eficazes se praticadas ao ar livre e em meio à Natureza, quando comparadas
com as feitas dentro de uma academia, porque ao ar livre a pessoa vai no ritmo
que ela pode, ao invés de todos terem que seguir o mesmo ritmo e geralmente com
música “estressante” e com volume alto, além de que ao ar livre existe a
possibilidade de tomar sol, respirar ar puro, observar diferentes paisagens e
evitar o acúmulo de ar viciado de um ambiente fechado.
Se você tem um familiar sofrendo de sintomas depressivos,
encoraje para que ele(ela) pratique caminhadas pelo menos dia sim, dia não.
Mesmo tendo que começar os primeiros passos com muita falta de energia e
vontade e por pouco tempo, como dez minutos para ir e dez para voltar. Ao final
ela se sentirá melhor, porque neurotransmissores cerebrais serão produzidos,
melhorando os sintomas depressivos, e será, assim, benéfico e de valor fazer o
esforço para sair da cama e ir caminhar.
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