Rancor e mágoa causados pelo
sentimento podem gerar doenças graves como a depressão
O sangue ferve, a respiração fica
ofegante, a cara fica sisuda, o seu dia parece que acabou naquele exato
momento. A cena descrita é um efeito presente em situações do nosso dia a dia:
o que você sente é raiva. O problema é que quando não é trabalhada
psicologicamente, a raiva gera rancor, mágoa e até dor física, que podem levar
a doenças como depressão e estresse, além de prejudicar os relacionamentos.
Guardar para si esta sensação ruim só potencializa a angústia, por isso os especialistas aconselham ponderação e maturidade na hora de lidar com ela. "Estamos suscetíveis a senti-la já que estabelecemos relações afetivas com o outro, porém, devemos aceitar que ele não é o culpado pelo o que sentimos. Sentimos raiva por que não temos nossas expectativas concretizadas e daí vem a mágoa. Só que o outro não tem que, necessariamente corresponder as nossas expectativas, mesmo quando a causa é a injustiça ou a humilhação. Não somos iguais".
Guardar para si esta sensação ruim só potencializa a angústia, por isso os especialistas aconselham ponderação e maturidade na hora de lidar com ela. "Estamos suscetíveis a senti-la já que estabelecemos relações afetivas com o outro, porém, devemos aceitar que ele não é o culpado pelo o que sentimos. Sentimos raiva por que não temos nossas expectativas concretizadas e daí vem a mágoa. Só que o outro não tem que, necessariamente corresponder as nossas expectativas, mesmo quando a causa é a injustiça ou a humilhação. Não somos iguais".
Uma pitada necessária, mas perigosa
A raiva é um sentimento fundamental
para as relações humanas. "Ela faz você reagir ao que te faz mal, faz você
querer mudar", explica ele. "Porém, quando em dose excessiva, causa mágoa
e rancor
e provoca muito mais mal para quem a sente do que para quem a despertou",
continua. "Se a pessoa não sabe lidar com a frustração, pode desenvolver
quadros de depressão e estresse graves, que só serão curados quando o paciente
aceitar que a realidade nem sempre corresponde ao esperado”.
"Sentimos raiva por que não
temos nossas expectativas concretizadas".
O mundo não gira ao seu redor
Faz parte de saber lidar com a raiva
entender que caminhamos sozinhos e que devemos correr atrás das coisas que
queremos sem esperar delas nada em troca. Quando crianças, somos levados a
acreditar que somos o centro das atenções e nos acostumamos com mimos e manhas
e, quando crescemos, é difícil perceber que isso mudou e que as pessoas não vão
fazer tudo o que queremos. "Quando não espero do outro aquilo que posso
fazer por mim mesmo, não há frustração. A raiva é irmã mais velha do fracasso.
Se valorizo demais esse sentimento, é por que deposito sempre no outro
aquilo que é minha obrigação", explica o psicólogo.
O culpado sou eu?
A raiva é sempre causada pelas
expectativas que depositamos no outro e não por culpa de alguém. Por isso, antes
de culpar o outro pela raiva que sentiu, lembre-se de que você depositou sobre
ele expectativas e desejos que são seus. "Mesmo quando esbarramos na
mesinha da sala ao tentar chegar à cozinha, e sentimos raiva por isso, a causa
do problema é a frustração de termos sido impedidos de fazer algo. A raiva é
sempre fruto de um desejo que não se cumpre".
"A raiva faz você reagir ao que
te faz mal, faz você querer mudar”.
Pronto, falei!
Guardar para si o sentimento é sempre
pior. A raiva guardada vai se armazenando e tomando dimensões maiores. Na hora
do desabafo, muitas vezes, aparecem mágoas do passado que estavam adormecidas e
geram ainda mais confusão. "Por isso, resolva o problema conversando com o
outro e tenha sempre em mente que ele não tem a obrigação de corresponder as
suas expectativas".
"A raiva é irmã mais velha do
fracasso. Se valorizo demais esse sentimento, é por que deposito sempre no
outro aquilo que é minha obrigação".
Espere a poeira baixar
Na hora da raiva, a sensação de
angústia e mal-estar sempre supera a racionalidade, agimos por impulso, e
depois nos arrependemos. Para evitar essa situação, o psicólogo aconselha
paciência e ponderação: "Espere a poeira baixar. Depois de certo tempo,
digerimos melhor as coisas e não magoamos quem não tem culpa e, muitas vezes,
evitamos que o problema se torne ainda maior por simples falta de jeito de
lidar com a situação".
Dicas para não deixar que a raiva
tome conta de você:
1. Não crie muitas expectativas em
relação ao comportamento dos outros;
2. Aceite o fato de que você não é o
centro de tudo;
3. Alivie a tensão com diálogo e
métodos alternativos: exercícios físicos e meditação podem ser boas opções;
"A raiva é como uma toxina, e
precisa ser liberada para não se converter em coisas ruins"
4. Procure reverter a raiva em
estímulo, assim, você canaliza sua força para fazer coisas boas.
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