Realizada de forma eficaz por poucos, portadores de doenças degenerativas podem ter melhorada sua qualidade de vida
O foco dessa terapia é minimizar as deficiências advindas das doenças que acometem o sistema nervoso, por isso ela vem apresentando ótimos resultados em pacientes com seqüelas de doenças neurológicas. “Esse tipo de fisioterapia ajuda a preservar, manter, desenvolver ou restaurar a integridade de órgãos, sistema ou função do corpo atacados pela doença”, explica a fisioterapeuta, Fabiana Granza. “Além disso, atua na prevenção e/ou reabilitação do paciente, promovendo melhora na sua qualidade de vida”. Mas, ela alerta: “quanto mais cedo é feito o diagnóstico e dado início ao tratamento, maiores as chances de reabilitação.”
E graças ao diagnóstico realizado há cerca de 8 anos e o tratamento adequado, que a atriz e humorista, Cláudia Rodrigues, voltou rapidamente aos palcos e à TV, após ter sido acometida por mais um surto da doença, mais comum em mulheres jovens.
Os primeiros sintomas da doença apareceram quando seu Antônio ainda era jovem. Todavia, ele não imaginava que aquele “simples” arrastar de perna na hora de andar pudesse ser um problema grave. A desatenção somada à demora para descobrir a doença agravou seu quadro de saúde. Hoje, 11 anos após o diagnóstico ele está em cadeira de rodas, com o lado esquerdo totalmente paralisado e com o direito começando a ser comprometido. “Não estou pior porque há um ano faço fisioterapia [neurológica] três vezes por semana, o que me ajuda e muito a manter os músculos em atividade para não atrofiarem mais rápido”, diz ele.
Em se tratando de fisioterapia, seu Antônio diz que depois de ter passado por diversos profissionais, pode constatar que talvez as clínicas estejam preparadas para fins fisio-ortopédicos (destinadas ao tratamento de distúrbios do sistema musculoesquelético) e não para enfermidades neurológicas como a dele. “Com isso, passei também nas mãos de profissionais que quase me mataram fazendo exercícios que me levavam à fadiga muscular, além de me colocarem em aparelhos que em hipótese alguma eu poderia utilizar, pois eram inapropriados para pacientes com Esclerose Múltipla”, finaliza.
Segundo a fisioterapeuta Fabiana Granza: “No caso de pacientes com enfermidades degenerativas é importante estabelecer a duração e a intensidade do exercício a ser proposto, bem como, o período de descanso, para evitar que ocasione a fadiga, a qual diminui o desempenho do paciente”.
Reabilitação
Também de acordo com a fisioterapeuta, a reabilitação por meio da fisioterapia neurofuncional não irá eliminar o dano neurológico, mas, irá atuar no tratamento de sintomas específicos favorecendo a funcionalidade e facilitando assim as atividades diárias da pessoa. De acordo com ela, para elaborar um tratamento fisioterapêutico adequado ao paciente é necessário conhecer as possíveis manifestações desencadeadas pelo processo da doença. “Os objetivos variam de um paciente para outro, estando de acordo com os sintomas específicos apresentados e ao estágio no qual se encontra a doença.”
Doenças degenerativas
No Brasil a Esclerose Múltipla (EM) acomete em média 35 mil brasileiros, em especial mulheres entre 20 e 40 anos. Porém, essa e outras doenças ligadas ao Sistema Nervoso Central, como Mal de Parkinson e o Mal de Alzheimer, têm aparecido com mais freqüência na rotina das pessoas no mundo todo. Acredita-se que isso se deve ao aumento da longevidade, aos maus hábitos e estilo de vida da população.
Manifestações clínicas da EM
Dormências, espamos e tremores;
Comprometimento da memória;
Depressão;
Disartria (dificuldade de articular as palavras de maneira correta);
Paresia (Paralisia total ou parcial de uma parte do corpo);
Nistagmo (oscilações repetidas e involuntárias rítmicas de um ou ambos os olhos);
Ataxia (falta de coordenação dos movimentos);
Distúrbios vesicais e intestinais (alteração no controle da bexiga e intestino);
Fadiga intensa;
Distúrbios visuais e até perda da visão em um ou ambos os olhos;
Estaticidade.
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