terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Vida em equilíbrio

Lazer, trabalho e atividade física. É importante saber conciliar essas tarefas do dia-a-dia. Pessoas que colocam sua energia apenas em um foco, por exemplo, no trabalho, podem comprometer seu bem-estar.

Sair tarde da empresa e levar serviço para casa são atitudes a serem repensadas. Saiba que o sucesso profissional e a saúde podem caminhar juntos e em harmonia. “Deve existir um equilíbrio entre as funções do cotidiano. Saúde é saber dividir bem as rotinas”, alerta a dra. Raquel O. Conceição, médica responsável pelo Checkup da Unidade Einstein Jardins.
Em 2005, a equipe do Centro de Medicina Preventiva do Einstein coordenou estudos sobre a saúde do executivo. Foi constatado que funcionários de grandes empresas apresentam mais chances de desenvolver doenças cardiovasculares do que outras pessoas da mesma idade. Ao todo, executivos realizaram os testes e constatou-se que quanto mais alto o cargo, maiores os riscos para a saúde. Presidentes e vice-presidentes têm 6,67% mais chance de desenvolver problemas cardiovasculares, enquanto diretores têm 5,97%, e gerentes, 3,28%, apontou a pesquisa.
As razões: as longas jornadas de trabalho, o estresse, o sedentarismo e a má alimentação. Outra pesquisa, realizada pela Universidade da Califórnia (USA) e publicada em 2008 na revista da Associação Americana de Psicologia, aponta que pessoas disciplinadas e organizadas vivem mais que as impulsivas. O estudo mostra que esse grupo bebe e fuma menos, controla melhor o estresse e consegue administrar melhor as atividades da vida.
“Quando se fala em saúde, temos de ir além dos problemas físicos já existentes. Precisamos pensar em prevenção e qualidade de vida”, afirma a dra. Raquel. Isso significa investir também em momentos de prazer, seja lendo um bom livro, viajando com a família, encontrando amigos ou dedicando-se a um esporte ou hobby. Essas boas sensações refletem, e muito, no bom funcionamento do corpo.
Cientes da rotina agitada, muitas empresas já se preocupam com a qualidade de vida dentro do ambiente de trabalho. Há companhias que disponibilizam aos funcionários espaços de lazer, academias para incentivar a atividade física e até salões de beleza. Segundo a dra. Raquel, é importante equilibrar o uso dos benefícios. “É bom sair, frequentar outros locais, para conviver com pessoas diferentes das do ambiente de trabalho”, aconselha a especialista.
Quando se fala em saúde, temos de ir além dos problemas físicos já existentes. Precisamos pensar em prevenção e qualidade de vida
Dicas para equilibrar a rotina
Atitudes simples podem melhorar – e muito – a qualidade de vida. Basta para isso ter o compromisso consigo mesmo de mudar a rotina.
Confira as sugestões da dra. Raquel O. Conceição.
·         Seja flexível.
·         Reserve algum momento da semana para fazer o que gosta.
·         Saiba comunicar seus sentimentos e opiniões.
·         Pense sempre em seu bem-estar.
·         Leve a vida mais tranquilamente.
·         Construa uma rede de relacionamentos.
·         Priorize seus objetivos e metas.
·         Pratique algum esporte, pelo menos por 30 minutos ao dia, que é a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
·         Faça seu horário de almoço com calma e coma alimentos saudáveis.
Além de investir em atitudes que melhorem o cotidiano, vale reservar um tempo para a prevenção de doenças. A partir dos 40 anos, mulheres e homens devem realizar anualmente um checkup para avaliar as condições gerais do organismo.
O paciente precisa passar por uma consulta para que o médico avalie sua rotina de vida e seu histórico familiar e trace um plano individual de exames diagnósticos. Muitas empresas têm um programa que incentiva seus funcionários a passar anualmente por uma avaliação de saúde.
A unidade de Checkup do Einstein está desenvolvendo para 2009 um símbolo de reconhecimento para empresas que têm ações visando à qualidade de vida no trabalho. “Vamos lançar um selo de qualidade que servirá como mapeamento dessas iniciativas empresariais”, explica a dra. Raquel. Além disso, o Centro de Medicina Preventiva tem o papel de ensinar, tanto a empresas quanto a empregados, como alcançar essa qualidade de vida dentro do ambiente profissional. Mas a primeira atitude, o passo inicial para a mudança, deve partir de você.


quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Tudo sobre o estresse


 Falar de estresse todo mundo fala – mas pouca gente sabe o que, de fato, é esse mal. "A s pessoas usam essa palavra para dizer que o dia foi corrido, com um monte de coisas para fazer, mas isso não necessariamente gera sinais de estresse, um mecanismo fisiológico sem o qual nem o ser humano nem os animais teriam sobrevivido até os dias de hoje", diz Selma Bordin, psicóloga do Hospital Israelita Albert Einstein.
Quando nossos ancestrais se deparavam com situações de perigo, como o encontro inesperado com um animal, precisavam defender-se – seja atacando ou fugindo. As duas reações possíveis demandam uma série de ajustes do corpo. "O batimento cardíaco acelera porque tem que bombear mais sangue, os músculos precisam receber mais energia, há um aumento da respiração e da pressão arterial, entre outras coisas", explica a dra. Selma.
Atualmente, vivendo em cidades e enfrentando problemas bem diversos dos da selva – como pressões para atingir metas –, o corpo continua preparando-nos para lutar ou fugir quando nos sentimos ameaçados. Mas, em geral, não partimos para a briga física, nem saímos em disparada. E toda a adrenalina, por exemplo, liberada em nosso sangue, fica sem função.
Sinais
Ninguém adoece, devido ao estresse, de um dia para o outro . E o próprio corpo avisa que as coisas não vão bem, basta prestar atenção. Confira alguns sinais que podem indicar estresse:
·         sensação de desgaste constante
·         alteração de sono (dormir demais ou pouco)
·         tensão muscular
·         formigamento (na face ou nas mãos, por exemplo)
·         problemas de pele
·         hipertensão
·         mudança de apetite
·         alterações de humor
·         perda de interesse pelas coisas
·         problemas de atenção, concentração e memória
·         ansiedade
·         depressão
Causas
Os chamados estressores podem ser:
·         internos: da própria pessoa, ligados a características de personalidade, como perfeccionismo, pressa, querer fazer tudo ao mesmo tempo.
·         externos: do ambiente. Mudanças em geral, até mesmo as positivas, desencadeiam estresse – porque exigem uma adaptação. Assim, são grandes fatores estressantes externos, por exemplo: o nascimento de um filho, mudanças profissionais (troca de emprego, promoção, demissão), aposentadoria, mudança de casa, divórcio, doença ou morte de pessoas queridas. Mas há também os pequenos, como o trânsito, que pode acabar tendo um peso importante para muitas pessoas.
"Quão estressante é um fator depende sempre do fator em si e da forma que a pessoa lida com ele", comenta a dra. Selma.
Veja o potencial estressante de algumas situações, sendo 100 o maior possível*.
·         morte do cônjuge - 100
·         divórcio - 73
·         prisão - 63
·         morte de um parente querido - 63
·         casamento - 50
·         demissão do trabalho - 47
·         aposentadoria - 45
·         reconciliação conjugal - 45
·         gravidez - 40
·         grandes conquistas pessoais - 28
·         problemas com o chefe - 23
·         férias - 13
*Fonte: The Social Readjustment Rating Scale, dos psiquiatras Thomas H. Holmes e Richard H. Rahe, ambos da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
Como evitar e tratar
É bom lembrar que estresse todo mundo tem, mas até certo ponto. No dia-a-dia, situações diversas apresentam-se para as pessoas, que se adaptam a elas. "É preciso ter estresse para poder viver. O problema é quando ele se torna excessivo, quando supera a capacidade de adaptação da pessoa ou quando ele persiste por muito tempo", alerta a psicóloga.
Algumas atitudes simples podem evitar ou amenizar o estresse:
·         dormir direito
·         cuidar da saúde
·         alimentar-se de forma saudável
·         fazer atividades físicas
·         proporcionar-se momentos de prazer
·         refletir sobre a maneira de lidar com as situações e buscar mudanças
"Se com esses cuidados a própria pessoa não conseguir controlar os níveis de estresse, deve procurar ajuda profissional", aconselha a profissional.
Três procedimentos ajudam a tratar o estresse:
·         identificar os estressores
·         aumentar a resistência pessoal a ele
·         quando for possível, eliminá-lo
Quão estressante é um fator depende sempre do fator em si e da forma que a pessoa lida com ele
No tratamento, o psicólogo ajuda o paciente a encontrar formas de contornar os estressores que não podem ser mudados. "Se meu problema é o trânsito, vou tentar horários, rotas alternativas. Se não tenho escolha, não vou ficar dentro do carro chorando e gritando. Eu posso aproveitar esse tempo para ouvir música, uma fita de idiomas, ler alguma coisa enquanto está parado. Precisamos resolver o que fazer com o problema", diz a dra. Selma.
Já os estressores internos, aqueles que são resultado de características de personalidade, requerem um trabalho maior. "Ninguém muda com pequenas dicas, e psicoterapia pode ser necessária. Quando o jeito de lidar com as coisas é problemático, é aconselhável procurar um psicólogo", orienta a dra Selma.
Importante: em nenhum momento deve-se lançar mão da automedicação. "Não existe medicação para tratar estresse. Alguns médicos prescrevem complexos vitamínicos. Se o estresse for crônico e evoluir para um estado depressivo ou ansioso, encaminhamos para avaliação de um psiquiatra", explica


terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Por que as mulheres têm tanta dor nas costas?

Mudanças de hábitos diários podem ajudar com as dores na lombar

Quem nunca ouviu alguma mulher reclamar de dor nas costas devido ao excesso de peso na bolsa? Ou que ela não consegue mais andar sem sapato de salto alto em decorrência de dores nos pés? Qualquer tipo de dor na lombar é sempre um sinal de que algo está errado e merece atenção especial.
Dores nas costas podem ser causadas por simples hábitos errados como sedentarismo, obesidade e tabagismo. Podem ser também uma manifestação de doenças como depressão, fibromialgia, câncer, artrites, hérnia de di​sco, osteoartrose (bico de papagaio), cálculo renal, aneurisma de aorta, úlcera gástrica etc.
Nas mulheres, em especial, além dos hábitos inadequados e de possíveis doenças, a endometriose e os fatores hormonais podem ser um agravante. Além disso, quem tem seios volumosos deve ter muito cuidado, pois o peso faz a coluna se curvar para frente. Nestes casos, deve-se avaliar o caso para verificar se há necessidade de sutiã apropriado ou até cirurgia para redução das mamas.
As grávidas também sofrem com o desconforto devido ao aumento da lordose, pela obesidade e a liberação do hormônio relaxina perto do parto (que deixa a coluna mais relaxada).
Com todas essas possibilidades descartadas outro vilão das mulheres são os c​ostumes inadequados, como as bolsas pesadas. Carregá-las em um único ombro faz a coluna ficar sobrecarrega, desequilibra a musculatura, facilita as contraturas e o desgaste das estruturas, podendo causar o aparecimento de hérnias de disco. “A pessoa sai do eixo, ficando torta”, diz a dra. Evelin Goldernberg, reumatologista do Einstein.
Outra questão importante é o uso de sapatos de salto alto. Quando o salto é superior a 4 centímetros e utilizado diariamente pode provocar o encurtamento da panturrilha, ocasionando, além das dores na coluna, dores nos pés. Existem também outros fatores de risco que podemos ressaltar, como:
·         Postura inadequada em frente ao computador;
·         Praticar exercícios físicos sem orientação adequada de um profissional;
·         Noites mal dormidas;
·         Tabagismo, que vem aumentando entre as mulheres;
·         Estresse emocional;
·         Avançar da idade;
Tratamento
O ideal é sempre investigar as causas das dores. “É preciso verificar se é exclusivamente causada pelo estilo de vida da pessoa ou se existe alguma doença por trás”, diz a dra. Evelin.
A mudança dos hábitos diários também é importante, uma vez que erros de postura crônica podem aumentar o desgaste das estruturas da coluna, provocando problemas mais sérios.
Deve-se evitar curvar a coluna para frente, como quando levantamos da cama, entramos no carro ou simplesmente escovamos os dentes. E a médica alerta: “De preferência, a mulher não deve se estressar, não fumar e praticar exercícios físicos adequadamente.”
Mais um erro comum, dessa vez, por questões culturais, é o auto medicamento. Com o fácil acesso aos medicamentos nas prateleiras das farmácias ou, até mesmo, por indicação de conhecidos é rotina do brasileiro tomar remédio quando sente dor. Isso é completamente errado, pois pode mascarar alguma doença grave.
“Ainda vale salientar que o medicamento que faz bem para uma pessoa pode fazer mal para outra. Medicamentos como anti-inflamatórios devem ser usados com cautela em pacientes com pressão alta ou problemas gástricos e renais”, ressalta a dra. Evelin. Sendo assim, o acompanhamento médico se faz obrigatório.
Também vale ficar atenta aos sinais que podem indicar um problema mais sério, como dor noturna, perda de peso e dor acompanhada por grandes fraquezas.
Fonte: Dra. Evelin Goldernberg, reumatologista do Einstein


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Sorrir faz bem à saúde

Parece piada, mas há quem afirme que dar boas gargalhadas diante de situações que causam dor, como quebrar uma perna, pode amenizar o desconforto. De certa forma, faz sentido: a cada sorriso o cérebro é induzido a produzir e liberar mais endorfina, o neurotransmissor relacionado às sensações de prazer e bem-estar, além de ser um potente analgésico natural.

Mas para os especialistas, não é apenas com um sorriso que a dor intensa vai passar. “Ainda há poucas pesquisas nesse sentido, mas já é comprovado que o sorriso causa uma ação bioquímica no organismo que resulta em reações benéficas, mas não a ponto de cessar a dor intensa”, acredita Sérgio Luís de Miranda, médico e cirurgião especialista em cirurgia buco-maxilo-facial do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). “Dizem até que o sorriso é tão eficiente quanto o relaxamento, a meditação e os exercícios físicos”, completa o dr. Miranda.
Sorrir pode até não ser o melhor – ou único – remédio, mas que faz bem à saúde os especialistas concordam. Pesquisa divulgada em 2006 pela Escola de Medicina da Universidade Loma Linda, na Califórnia (EUA), comprova que o riso colabora para aumentar a produção e a atividade no organismo das células NK (do inglês, natural killers), responsáveis por destruir vírus e até tumores presentes no organismo. E mais: o sorriso vem sendo utilizado como recurso de humanização no cuidado de pacientes em hospitais do mundo todo.
O filme Patch Adams – O Amor é Contagioso, de 1998, em que um médico se veste de palhaço para atender crianças internadas, trouxe o tema para as telas e a realidade americana já é vivida por grupos de atores que, vestidos de palhaços, visitam hospitais para aumentar a auto-estima e alegrar os pacientes, familiares e profissionais da saúde.
Para Ana Lúcia M. da Silva, psicóloga do Departamento de Pacientes Graves do HIAE, o riso pode ser um recurso terapêutico na medida em que altera o estado emocional da pessoa, tornando-a mais favorável a enfrentar situações psicologicamente difíceis, como uma doença grave na família.
“O senso de humor e o sorriso espontâneo estão relacionados a melhor qualidade de vida e percepção de bem-estar, além de favorecer o enfrentamento de adversidades e frustrações. Entretanto, não podemos relacionar a isso maior possibilidade de cura não relacionada a fatores comportamentais, como a adesão ao tratamento, por exemplo”, defende a psicóloga.
Benefícios extras para o corpo
Além de garantir boas doses de endorfina e proporcionar bem-estar, uma boa risada ainda traz vantagens para os sistemas cardiovascular, respiratório e imunológico.
O senso de humor e o sorriso espontâneo estão relacionados a melhor qualidade de vida e percepção de bem-estar
Sistema cardiovascular
É ativado com o sorriso, o que aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial, além de provocar a vasodilatação das artérias. Esse conjunto de reações proporciona maior fluxo de sangue para todo o organismo.
Sistema respiratório
Durante a risada os pulmões passam por uma hiperventilação, o que eleva a concentração de oxigênio na circulação sanguínea e resulta em melhor distribuição de oxigênio aos tecidos.
Sistema imunológico
Além de colaborar para a produção das células NK, as boas gargalhadas aumentam a quantidade de saliva, que também é benéfica para a imunidade. “Com o acréscimo da saliva, sobe o nível de imunoglobulina, substância capaz de combater gripes e resfriados”, explica Ana Paula Zalchenko Fonseca, cirurgiã-dentista especialista em cirurgia buco-maxilo-facial do HIAE.
Depois de tantos benefícios, o que vale mesmo é uma risada sincera e natural. Esta sim desencadeia os mecanismos do corpo para a produção de endorfina e a sensação de prazer e bem-estar. Então, sorria! Seu corpo e sua mente agradecem.


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Ioga: união de corpo e mente


No Ocidente, a maioria das pessoas conhece o ioga como um conjunto de posturas físicas exóticas, que traz inúmeros benefícios para a coluna e para a respiração. Mas não é só isso. Trata-se de um método educacional completo para a vida, que propõe práticas de valores éticos, virtudes mentais, posturas físicas e meditação, fornecendo elementos consistentes para que a pessoa construa sua vida com mais presença e qualidade.


A palavra Yoga, de origem sânscrita, tem um grande número de significados, entre eles: “ungir”, “atar”, “integrar”. Ela deriva da raiz sânscrita yuj que quer dizer “unir”.
Os ásanas (posturas físicas) são uma das principais ferramentas do ioga e seus benefícios vão do nível físico ao espiritual.

Ásanas são posturas corporais com total envolvimento da mente, da respiração, do corpo e da essência, pelas quais se estabelece uma comunicação entre os âmbitos interno e externo do individuo, sendo por isso considerada uma prática holística / integral.
Segundo o pensamento yogue, o corpo é o nosso “instrumento de ação”, e a mente nosso “instrumento de percepção”. Quando nossos instrumentos estão em afinados, cuidados, sadios e em harmonia, gozamos de boa vitalidade e inteligência.
Uma das propostas do ioga é aprimorar e refinar esses instrumentos, pois um corpo saudável e uma mente livre e focada potencializa nossa capacidade de realização na vida. A palavra ásana (postura / atitude) define a parte física do método. O que confere um caráter especial à técnica é o perfeito sincronismo entre ação física, ação respiratória, concentração, presença e introspecção, que contribuiu para desenvolver uma atitude mental mais presente e observadora em qualquer situação da vida cotidiana.
O corpo é considerado um caminho, mas o foco do ioga vai além do desenvolvimento físico, para quem o ser humano é um conjunto formado por aspectos físico, mental, emocional, intelectual e espiritual, vivente num ambiente social.
Tudo o que acontece com o físico, atinge os outros aspectos da nossa natureza. O método baseia-se na sabedoria dos antigos mestres yogues que acreditavam ser mais simples e viável promover o desenvolvimento por meio dos aspectos mais densos, palpáveis e visíveis da natureza humana – o corpo, do que tentar atingir os mais sutis e imateriais – a mente e o espírito. “Atuar no conhecido para atingir o desconhecido”.
Mas afinal, o que essa prática tem de tão bom?
·         Reduz o estresse
·         Regula o funcionamento dos sistemas digestório e respiratório
·         Melhora o sono
·         Promove a permanente sensação de bem-estar
·         Equilibra a produção hormonal
·         Fortalece o sistema imunológico
·         Alonga os músculos
·         Melhora a qualidade de vida
·         Aumenta a capacidade de concentração e a criatividade
Mas a prática do ioga merece cuidados. “Quem tem alguma condição especial de saúde, como problemas na coluna, hipertensão, gestação, problemas articulares, deve passar por avaliação antes de iniciar a atividade”, alertam os professores Márcia De Luca, do Ciyma, Centro Integrado de Yoga, Meditação e Ayuverda e Carlos Legal, da Legalas Educação e Qualidade de Vida.
A condição física do aluno também deve ser levada em conta na hora da prática. Isso porque alguns tipos de ioga podem ser mais exigentes fisicamente.
Há diversas linhas e métodos de ioga, com ênfases, abordagens e propostas para diferentes gostos, características e interesses pessoais, mas com um objetivo comum: a harmonia plena.
“A linha que foca a prática dos ásanas é conhecida como Hatha Yoga, sendo a mais popular no ocidente e que visa fortalecer e aprimorar o corpo para que nele habite uma mente harmoniosa” afirma Carlos Legal, consultor, professor de yoga e idealizador do PYT® - Programa de Yoga no Trabalho.
“Todos os métodos contemporâneos de ioga que lidam com o corpo, são originados do Hatha Yoga, diferenciando-se apenas pela forma como as posturas são desenvolvidas, pela intensidade e prioridades” afirma Legal.
Um estudo publicado em fevereiro de 2009 no periódico científico Psycho-Oncology sugere que pacientes com câncer de mama que praticaram 75 minutos de ioga restaurativa – tipo de prática com foco no relaxamento – por dez semanas tiveram redução de 50% na depressão e aumento de 12% em sentimentos de paz depois da prática.
Curiosidades
As gestantes também podem praticar somente após o terceiro mês, desde que liberadas pelo médico. Durante a aula, fazem exercícios respiratórios, de fortalecimento do assoalho pélvico, além de relaxamento, meditação e posturas de equilíbrio.
Ioga no HIAE
Com o objetivo de melhorar a concentração, o equilíbrio e a forma física de seus colaboradores, o Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) promove, desde setembro de 2003, aulas de ioga para médicos, enfermeiros e outros profissionais que trabalham na instituição.
Segundo o coordenador da atividade, Carlos Legal, da empresa Legalas Educação e Qualidade de Vida, os resultados têm sido positivos. "Atualmente, o Einstein tem 3 turmas, que fazem aula durante uma hora, duas vezes por semana. E a atividade acontece no próprio hospital, em uma sala preparada especialmente para a aula", explica.
“Os iniciantes começam com foco no desenvolvimento do prazer e da autoconsciência, com menor permanência nas posturas para se adaptarem ao tipo de prática. Com a utilização de acessórios especiais para prática de ioga, é possível que os exercícios sejam adaptados a sua condição física”, conta Legal, lembrando que as aulas no HIAE baseiam-se no Hatha Yoga.
O ioga nasceu numa rica e diversificada cultura, na Índia, onde naturalmente, diversas abordagens surgiram em função das características mentais das pessoas que buscavam a integração. Havia a possibilidade de vários caminhos para a integração pessoal e esses caminhos também eram chamados de ioga.
Apenas para efeito de curiosidade do leitor, listamos abaixo alguns tipos de ioga.
Raja Yoga (ioga real)
O ioga, essencialmente, possui um objetivo meditativo e o texto mais importante sobre o tema é conhecido como Yoga Sutras de Patanjali, que surgiu por volta de 260 a.C..
O texto explica as fontes de aflição e sofrimento humano e sugere um método de integração em oito passos (Ashtanga Yoga), para eliminar as aflições mentais que geram sofrimento. Entre esses passos, estão: condutas éticas, condutas íntimas, posturas para meditação, controle respiratório, domínio dos sentidos, concentração, meditação e harmonia plena.
Bhakti Yoga (ioga pela devoção)
Seu foco é a devoção a uma divindade, um santo ou imagens associadas à natureza (sol, lua, rio etc.).
O movimento Hare Krishna, por exemplo, ou qualquer pessoa que tenha fortes características religiosas, representa esse tipo de ioga.
Karma Yoga (ioga pela ação)
A palavra Karma, de origem sânscrita, significa ação. E a toda ação há uma consequência ou resultado. O Karma Iogue é aquele que foca sua prática no cumprimento dos deveres da vida (educar os filhos, trabalhar, amor esposa / esposo, cumprir seus deveres no cotidiano) com total devoção e compromisso, mas sem esperar nada de retorno por sua ação.
Agir sem expectativa pelos frutos da ação é uma maneira de agir com total maestria e qualquer pessoa pode cultivar essa atitude salutar em seu cotidiano. Isso é Karma Yoga.
Jñána Yoga (ioga pelo conhecimento)
A palavra Jnana, que significa conhecimento, caracteriza o tipo de integração por meio do estudo, da erudição. Há pessoas que têm mais facilidade e focam seu desenvolvimento pelo estudo profundo de um determinado tema e esse é o Jnani Iogue.
Mantra Yoga (ioga pelo som)
Mantras são vocábulos que possuem uma representação. É como se fosse uma oração. Em sânscrito, man significa mente e tra significa livrar-se. Desse modo, mantra é uma combinação de sons que livra nossa mente das agitações.
Nas tradições orientais, o mantra mais importante de todos é o Om. Diz-se que foi a vibração e o movimento que engendrou os primeiros ritmos no Cosmos (teoria do Big Bang). A palavra sânscrita AUM (Om) significa “tudo” e transmite o conceito de onisciência, onipresença e onipotência.
Hatha Yoga (ioga pelo físico)
Nessa modalidade o caminho para integração é o corpo. Há ênfase nas técnicas corporais, respiratórias e relaxamento. É correto afirmar que o Hatha Yoga se caracteriza pelo perfeito sincronismo entre “movimento, respiração e foco mental”, onde o corpo é um meio viável para a meditação e integração pessoal.
Atualmente, há diversos métodos contemporâneos baseados no Hatha Yoga. Dos mais conhecidos atualmente, encontram-se:
·         Ashtanga Vinyasa Yoga:
Este sistema, oriundo da região de Mysore, no sul da Índia e ensinado pelo mestre Sri K. Pattabhi Jois (discípulo de Sri. T. Krishnamacharya – foi mestre dos professores mais influentes da atualidade – falecido em 1989 aos 101 anos), está baseado em seis séries de ásanas progressivamente mais exigentes, nas quais cada praticante trabalha em seu próprio ritmo, através de uma técnica chamada vinyasa, que consiste em coordenar o movimento com a respiração.
É uma prática dinâmica e intensa que desenvolve simultaneamente flexibilidade, resistência, força e agilidade, gerando ótimo condicionamento físico, vitalidade e concentração.
O Ashtanga Vinyasa Yoga, de todos os métodos que se conhecem hoje em dia, é o mais exigente fisicamente. Apesar de o termo Ashtanga ser usado para nomear também este método, não deve confundir com Ashtanga Yoga de Patanjali, que trata do sistema filosófico.
·         Iyengar Yoga:
O Iyengar Yoga é um método altamente preciso criado por B.K.S. Iyengar, com base nos ensinamentos do seu mestre, Sri T. Krishnamacharya.
Uma das características mais marcantes deste método é o conceito de alinhamento (tanto físico quanto o alinhamento da ação com o pensamento).
Diferencia-se dos outros métodos pelo cuidadoso detalhamento e adaptabilidade com que os ásanas são conduzidos e executados, buscando uma perfeita adequação anatômica. Neste método, podem-se utilizar acessórios como almofadões, blocos, cintos e pranchas, entre outros, para intensificar ou adaptar os ásanas à condição física e aos objetivos do aluno.
A busca do alinhamento profundo e das ações internas precisas pode comparar-se à tarefa de lapidar um diamante. O mestre B.K.S. Iyengar possui diversos livros publicados e desfruta de reconhecimento mundial.
Consultoria: Legalas Educação e Qualidade de Vida / Carlos Legal