Cada época do ano tem suas doenças mais prevalentes devido a características climáticas, de hábitos alimentares e populacionais.
Dentre as doenças do verão, a diarreia costuma aparecer, com ou sem a ocorrência de surtos, principalmente em cidades turísticas e litorâneas, que tem intenso afluxo de pessoas, e a população pode chegar a quintuplicar durante este período.
Vários são os fatores de risco para o aparecimento da diarreia:
- falta de higiene no preparo e manipulação de alimentos, que são mantidos em refrigeração inadequada, e que são de origem desconhecida, muitas vezes sem licença da Vigilância Sanitária.
- hábito de levar alimentos para a praia sem conservação térmica adequada, e os alimentos em temperatura ambiente propiciam a multiplicação de bactérias e toxinas prejudiciais a saúde.
- consumo de ostras, frutos do mar crus, gelo, raspadinhas, “chup chup”, água de procedência desconhecida, e alimentos que podem ter sido preparados com água contaminada de bica, poços, sem higiene necessária, ou mal conservados.
- tomar banho em rios, córregos, praias impróprias não liberadas para o lazer, ou poluídas com esgoto e restos de alimentos.
O aumento dos casos na presença destes fatores de exposição pode ser devido a inúmeros microrganismos patogênicos, destacando-se os vírus, geralmente Norovirus e as bactérias Eschericha coli, Salmonella e Shigella, além do parasita Giárdia, dentre outros.
As diarreias devido ao Norovirus fazem parte de um quadro de gastrenterites transmitidas pela água, alimentos e contagio pessoa a pessoa. Em geral é uma doença auto-limitada, raramente grave, com duração de alguns dias, e cujos sintomas são náuseas e vômitos, diarreias, dor abdominal, muscular, cansaço e febre fraca.
O novovírus resiste à agua clorada até 10 ppm, porisso é necessária a desinfecção com calor acima de 60º C, fervendo a água de torneira, quando esta for utilizada para consumo.
O principal tratamento é o de hidratação e reposição de eletrólitos, através de soro caseiro, e em casos mais graves hidratação endovenosa em serviços de pronto atendimentos.
Deve-se ter cuidado especial com gestantes, crianças e idosos, pois são grupos mais predispostos à desidratação devido a vômitos e diarreia.
Os sintomas de desidratação são causados por vômitos que não cedem, e os sinais são pele e boca secas, dificuldade em urinar e urina escura, prostração e confusão mental.
Procure não utilizar nenhum medicamento sem orientação médica. Forneça soro oral em pequena quantidade frequentemente até que possa ser atendido em serviço médico especializado.
Para a prevenção da gastrenterite de verão, siga estas orientações básicas e cuidados de higiene pessoal: lavar as mãos frequentemente e sempre antes de manusear e consumir alimentos, cozinhar bem os alimentos, desinfetar bem verduras e frutas, não consumir alimentos de procedência desconhecida e de locais sem higiene. Se não tiver certeza da qualidade da agua, ferve-la para eliminar os microrganismos.
Caso esteja com diarreia, evite alimentos gordurosos, frituras, embutidos, laticínios, ovos, carnes gordas, enlatados, refrigerantes, doces, salgadinhos, e mantenha a alimentação, com alimentos leves, e que hidratam e diminuem o transito intestinal, caso da maçã, arroz, purê, canja, gelatina.
Ingira bastante liquido, frequentemente, pois a hidratação auxilia na recuperação. Agua, soro caseiro, chás, agua de coco podem e devem ser utilizados.
Prefira uma dieta leve, alimentos bem cozidos, torradas, carnes magras e grelhadas, queijos branco ou ricota, sucos de frutas de limão, maçã, goiaba, gelatina, e durante a recuperação alimentos ou medicamentos com probióticos que são as “bactérias do bem” que ajudam a restabelecer o balanço da flora intestinal. Quando a diarreia tiver cessado, aumente gradualmente a quantidade de alimentos e introduza aos poucos os alimentos antes evitados.
Sinais que indicam a necessidade de avaliação médica são o aparecimento de sangue nas fezes ou o agravamento da diarreia com o tempo; febre maior que 37,8º por mais de três dias, sinais de desidratação, abdome distendido, ou estufado e enrijecido. Vômitos por mais de um dia e diarreia por mais de quatro a cinco dias. Na dúvida, sempre procure atendimento médico, a demora pode agravar o quadro.
Siga estas orientações e aproveite bem o seu verão, com muita saúde.
Fonte: hotsites.atribuna.com.br/atribuna/blogsaude/
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