Recentemente, o cantor sertanejo Zezé di Camargo fez questão de tornar público os resultados de seus exames de saúde. Ao comentar os índices de testosterona, afirmou que estavam “iguais ao de um menino de 18 anos.”
Mas, atenção! Homens, antes de correr para o consultório dos especialistas para checar a quantas andam as taxas desse hormônio, é bom saber que, apesar de estarem ligados ao desejo sexual (a libido), os níveis de testosterona não estão relacionados à virilidade ou potência. “A qualidade sexual é individual.
Há homens com níveis de testosterona mais altos e com problemas sexuais como ejaculação precoce e disfunção erétil”, afirma Alexandre Hohl, presidente do departamento de endocrinologia feminina e andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).
“Não existe nenhuma referência científica entre testosterona e desempenho sexual. É comum os homens fazerem confusão entre libido e potência”, explica o endocrinologista Cyro Guimarães Junior. Os valores normais da testosterona total na corrente sanguínea para o homem adulto variam de 241 a 827 ng/dL. Na adolescência, esse número tende a ser maior e no idoso menor. Mas nem todos apresentam redução. “Não é uma regra, como a menopausa”, diz Guimarães Junior.
Estudos mostram que a testosterona começa a cair fisiologicamente a partir dos 40 anos de idade, na taxa de 1,2% ao ano. No entanto, esse ritmo pode ser intensificado se o homem apresentar obesidade, diabetes, sedentarismo ou usar drogas. Apenas uma parcela dos homens apresentará sintomas e necessitará tratamento, principalmente após os 50 e 60 anos de idade.
“De uma maneira geral, homens adultos com sintomas como queda de libido, perda de massa muscular, fraqueza, cansaço, osteopenia ou osteoporose , irritabilidade e testosterona total abaixo de 300 ng/dL devem ser avaliados por um médico especialista para possível tratamento”, explicita Alexandre.
É claro que valores acima do normal também podem trazer prejuízos à saúde e ao bem-estar do homem. Segundo o endocrinologista, isso só ocorre quando são usados esteroides anabolizantes derivados da testosterona para ganho de massa muscular, algo comumente visto em academias de musculação e entre atletas de algumas modalidades como fisiculturismo. Nestes casos, os riscos estão relacionados ao uso dessas substâncias de maneira inadequada (riscos para o fígado e o coração ), completa o médico.
A testosterona é responsável pela manutenção das características masculinas, influenciando diretamente a função sexual, humor, sono, força física, disposição, ossos e qualidade de vida.
Fonte: iG/ Foto: Flickr