terça-feira, 3 de março de 2015

UMA BOA MASSAGEM FAZ MAIS QUE APENAS RELAXAR SEUS MÚSCULOS?

Receber massagem é muito prazeroso e isso é uma concepção quase unânime. Não importa o tempo, o local a ser massageado ou a técnica utilizada, muitas pessoas se rendem ao bem estar promovido pela técnica. 

Alguns buscam a prática para o alívio de estresse ou ansiedade, outros para amenizar processos dolorosos e há os que procuram somente para proporcionar a si mesmos um momento de relaxamento. Atualmente, a massagem é também muito procurada para procedimentos de alívio de dores e relaxamento após a prática de exercícios físicos.

Na visão simplista, a massagem tem utilidade apenas para problemas musculares. Porém os benefícios do toque vão além e auxiliam o indivíduo na prevenção, manutenção e promoção da saúde física e emocional.

Estudos têm demonstrado é que ela tem um potencial muito mais amplo de benefícios à saúde. Ela reduz a ansiedade e pode minimizar o humor depressivo. Por isso surgiram trabalhos clínicos demonstrando benefícios da massagem em insônia, depressão e ansiedade. Até em enfermidades psiquiátricas mais complicadas, como anorexia nervosa e transtorno obsessivo-compulsivo, existem resultados sugerindo um efeito significativo.

A massagem também possui capacidade de reduzir a dor, e tem sido indicada na dor crônica da fibromialgia, lombalgia, cervicalgia e enfermidades reumáticas. Juntando todas as ações da massagem citadas aqui (reduzir a ansiedade, relaxar a musculatura e combater a dor) temos aí um excelente recurso para os casos de estresse.

Nos casos específicos de estresse e ansiedade, constatou-se que a massagem traz resultados positivos, por que reduz o nível de cortisol (hormônio liberado pelo organismo quando estamos expostos ao estresse, responsável pelo controle das inflamações, alergias, níveis de estresse, imunidade e a estabilidade emocional) e aumenta o nível de dopamina (neurotransmissor no cérebro, produzido por um grupo de células nervosas, chamadas de Neurônios Pré-Sinapticos, que atuam no cérebro promovendo, entre outros efeitos, a sensação de prazer e de motivação) e  da norepinefrina (ou noradrenalina, neurotransmissor  que induz a excitação física e mental e bom humor. A produção é centrada na área do cérebro chamada de locus coreuleus, que é um dos muitos candidatos ao chamado centro de prazer do cérebro. A medicina comprovou que a norepinefrina é uma mediadora dos batimentos cardíacos, pressão sanguínea, a taxa de conversão de glicogênio para energia, assim como outros benefícios físicos.)

A massagem ainda ajuda na circulação periférica, em especial para auxiliar a remoção de fluidos pelo sistema linfático. Por isso tem sido indicada em casos de edema, em especial, causados pela remoção cirúrgica de gânglios linfáticos e durante o período da gestação. A massagem pode ser empregada ainda em constipação intestinal (intestino preso) para estimular os movimentos peristálticos e com isso ajudar a recuperar o ritmo intestinal.

Seus benefícios não se restringem aos adultos e alcançam os extremos da vida. Em crianças muito pequenas ela representa um estímulo que melhora a imunidade e o desenvolvimento do sistema nervoso. Por isso vários trabalhos com recém-nascidos, em especial em populações com baixo nível social, mostram que a massagem acalma, melhora o sono, aumenta a velocidade de ganho ponderal e até reduz a mortalidade por doenças em geral. Crianças com autismo têm se mostrado sensíveis a massagem, que pode reduzir alguns de seus sintomas. Nos idosos ela ajuda a resolver problemas como dor, ansiedade, edemas nas pernas e depressão.

Pesquisadores investiram também em descobrir como a massagem funciona. Quando massageamos a pele produzimos estimulações nervosas que explicam a maior parte de suas ações. Parte desses estímulos, por uma ação reflexa direta na medula espinhal, causa redução do tônus muscular, o que gera um bem-estar com relaxamento. Esses mesmos estímulos vão causar um bloqueio na condução nervosa das fibras de dor, num mecanismo conhecido como "portão medular da dor" e com isso há um alívio de sensação dolorosa. Os estímulos que chegam ao cérebro causam uma redução da reação de estresse, que se traduz por uma redução do cortisol (hormônio da supra-renal) e uma elevação da serotonina no cérebro - o que dá sensação de calma e bem-estar

 por Alina Cristine Mosca Leveghin

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