sábado, 30 de julho de 2011

Moxabustão




Nome científico: Artemísia vulgaris L.

Família: Asteraceae.

Origem: Europa e, hoje, aclimatada em todo o mundo.
Nomes populares: artemisa, flor-de-são-joão, artemige, losna brava.

Características: planta herbácea, perene, com cerca de 1,5 m de altura. O caule, avermelhado-escuro, possui muitos ramos, e suas flores são minúsculas espigas, cuja cor varia em tons de amarelo e marrom. Enquanto as folhas, dispostas ao longo de toda a haste, são doces, as raízes são mais amargas. Tem um aroma leve e muito semelhante ao da losna.

Ações: empregada para curar convulsões infantis (uso popular) e menstruações difíceis e dolorosas. Também é calmante, sendo usada na eliminação de vermes e nas afecções gástricas. As folhas servem como repelentes de insetos, e, na homeopatia, é indicada para mulheres durante o climatério.
Partes usadas: folhas e flores.

Curiosidades: os andarilhos colocavam a planta nos sapatos para evitar feridas.


Na M.T.C. (Medicina Tradicional Chinesa) a Artemísia é uma planta muito utilizada para fazer os charutos de Moxa ou Moxabustão, para aplicar alor nos pontos de acupuntura. Veja a foto abaixo

De história milenar, originária do norte da China, moxabustão – 灸 – jiŭ (pinyin) significa, literalmente, “longo tempo de aplicação do fogo”, uma espécie de acupuntura térmica, feita pela combustão da erva Artemisia sinensis e também a Artemisia Vulgaris.
É uma técnica terapêutica da M.T.C.. Baseia-se nos mesmos princípios e conhecimento dos meridianos de energia trabalhados na acupuntua, sendo amplamente utilizada nos sistemas de medicina tradicional da China, Japao, Coréia, Vietanam, Tibete e Mongólia. Acredita-se que seja anterior à acupuntura.
A moxabustão trata e previne doenças através da aplicação de calor em pontos e/ou certos regiões do corpo humano.
Terminologia

 Aplicação de Moxa, ilustração de origem japonesa
A palavra “moxa” vem do Japonês mogusa (艾) (o u não é pronunciado com força). Yomogi (蓬) é outra palavra que designa esta técnica no Japão.
Em chinês é utilizado o mesmo ideograma (艾), que em chinês se pronuncia ài. Também é utilizado o têrmo àiróng (艾絨), que significa “veludo de ài”.
O ideograma chinês para moxabustão compõe metade da palavra chinesa zhēnjiǔ, ou japonesa “shinkyu” (針灸), que é geralmente traduzida como “acupuntura” no ocidente.
O Preparo da Erva
As folhas da Artemisia são lavadas, secadas, trituradas e peneiradas, até transformarem-se em uma massa uniforme, semelhante a uma lã vegetal – a moxa. Após preparada, a moxa pode ser moldada de diversas formas para sua utilização: as mais usuais são bastão e cone.
Propriedades Terapêuticas
A combustão da Artemísia tem a propriedade de aquecer profundamente. A aplicação do calor produzido pela moxa nos pontos ou meridianos de acupuntura, remove bloqueios de energia que obstruem o seu fluxo pelos meridianos, eliminando a umidade e o frio que promovem disfunções no organismo.
O efeito do calor ou radiação infravermelha se soma a energia yang do corpo potencializando esse aspecto (yang) da energia (chi) podendo inclusive ser conduzido até o seu extremo ou seja a transformação no aspecto oposto da energia (yin). O calor de um dia quente pode ser amenizado com xícara de chá.
Na patologia chinesa as doenças reumáticas são classificadas como doenças do frio, da tristeza e da umidade. O frio patogênico tem características Yin e consome o Qi (Chi) Yang. Predomina no inverno assim como as doenças do frio. Pode ser causado por contração e estagnação ou por exposição ao frio após transpirar, ou seer apanhado pelo vento e chuva.
A depleção do Yang pode ser percebida por membros frios; palidez, diarréia com fragmentos de alimentos não digeridos nas fezes; urína límpida e abundante.
A Umidade predomina no final do verão, época de chuvas, torna-se susceptível aos seus efeitos patogênicos com o uso de roupas molhadas e/ou residência em locais úmidos, ou mesmo contatos frequentes (ocupacionais) com a água. Se caracteriza por indolência e estagnação além de sintomas como tontura, cansaço, opressão no peito e epigástrio, náusea, vômitos, viscosidade e sabor adocicados na bôca. Doenças de pele, abcessos, úlceras gotosas, leucorréia de fluxo abundante são manifestações de seu poder patogênico. Como foi dito, pode se combinar com o frio ou calor.
Aplicação

 
Aceso, o bastão funciona como um charuto que deve ser aproximado do ponto ao qual se deseja acrescentar energia.
O calor do bastão de moxa pode ser conduzido através da agulha de acupuntura, por aproximação da pele, ou mesmo queimando a erva diretamente sobre pele (neste caso pode causar pequenas marcas de queimadura).
A técnica pode ser utilizada sozinha ou associada às práticas de acupuntura tradicional e ventosaterapia.

Fonte: orienteocidente.wordpress.com    

Nenhum comentário:

Postar um comentário