domingo, 31 de julho de 2011

Arte-terapia – bem-estar através da expressão artística




O poder da arte

De uma forma simples, a arte-terapia não é mais do que a expressão artística dos nossos pensamentos, emoções, ideias e opiniões – todos nós as temos, por isso, todos nós somos capazes de expressar e de criar e esta criação permite um auto-conhecimento e crescimento pessoal fundamental para o nosso bem-estar. Na arte-terapia, a criatividade sobrepõe-se a todo o processo psicoterapêutico, facilitando a comunicação, fomentando a capacidade de pensar, ajudando no relacionamento intra e interpessoal.

As ferramentas artísticas

Os meios artísticos utilizados pela arte-terapia são todos aqueles que conseguimos imaginar: desenhar, pintar, esculpir, fotografar, colagem, modelagem, recitar, escrever, representar, cantar, dançar, entre outros. Cada pessoa escolhe a actividade que quer desenvolver e a única “regra” aplicada neste campo é que se uma pessoa já pinta habitualmente, não se utilizará essa ferramenta artística durante a terapia, optando antes por outra com a qual a pessoa tem menos contacto. Por norma, os mais novos têm uma maior inclinação para a fotografia e o vídeo, enquanto os mais velhos preferem a pintura, o desenho e a escultura.

Criador, criação e receptor

A arte-terapia requer que se olhe para cada situação segundo a máxima holística “o todo é maior do que a soma das partes”. Podemos falar num triângulo terapêutico entre o criador, a criação e o receptor. Imerso na sua actividade artística – realizada preferencialmente num espaço íntimo e de confiança onde a pessoa se sente completamente liberta – o criador recorre à imaginação para se exprimir emocionalmente, o que resulta na criação de um trabalho final repleto de simbolismo e metáforas. O terapeuta ou receptor, por sua vez, acompanha bem de perto todo o processo de criação, observando, analisando e perguntando o que achar necessário e pertinente ao tratamento em questão. O trabalho de comunicação entre criador e receptor é crucial. Mas atenção, o terapeuta não está presente para avaliar a “obra de arte” (ser artista não é um pré-requisito para se frequentar a arte-terapia!), mas sim para olhar para o resultado final e interpretá-lo, ajudando o criador a libertar emoções ou recordações esquecidas, lidar com fobias e problemas actuais, desenvolvendo recursos físicos, cognitivos e emocionais. Acima de tudo, a arte-terapia aumenta e enriquece a qualidade de vida das pessoas.

A arte e a saúde de mãos dadas

A arte-terapia é indicada para pessoas de todas as idades e abrange uma enorme variedade de perturbações, sejam físicas, emocionais ou psicológicas. Para além de melhorar alguns sintomas, a arte-terapia promove, principalmente paz de espírito. Está indicada nas seguintes situações:
  • Tratamento de depressão
  • Stress pós-traumático (após uma morte, separação, divórcio, mudança radical na vida profissional ou pessoal, acidente, doença grave, aborto, parto…)
  • Perturbações da personalidade
  • Stress
  • Ansiedade
  • Fobias
  • Dependências químicas (álcool e/ou drogas)
  • Distúrbios alimentares (anorexia, bulimia)
  • Alguns casos de cancro
  • Pessoas que têm receio ou pouco à-vontade em exprimir-se
  • Pessoas muito tímidas, introvertidas ou socialmente isoladas
  • Pessoas hiper-racionais
  • Pessoas que têm dificuldade em expressar-se verbalmente

Fonte:  Bemtratar.com

    sábado, 30 de julho de 2011

    Moxabustão




    Nome científico: Artemísia vulgaris L.

    Família: Asteraceae.

    Origem: Europa e, hoje, aclimatada em todo o mundo.
    Nomes populares: artemisa, flor-de-são-joão, artemige, losna brava.

    Características: planta herbácea, perene, com cerca de 1,5 m de altura. O caule, avermelhado-escuro, possui muitos ramos, e suas flores são minúsculas espigas, cuja cor varia em tons de amarelo e marrom. Enquanto as folhas, dispostas ao longo de toda a haste, são doces, as raízes são mais amargas. Tem um aroma leve e muito semelhante ao da losna.

    Ações: empregada para curar convulsões infantis (uso popular) e menstruações difíceis e dolorosas. Também é calmante, sendo usada na eliminação de vermes e nas afecções gástricas. As folhas servem como repelentes de insetos, e, na homeopatia, é indicada para mulheres durante o climatério.
    Partes usadas: folhas e flores.

    Curiosidades: os andarilhos colocavam a planta nos sapatos para evitar feridas.


    Na M.T.C. (Medicina Tradicional Chinesa) a Artemísia é uma planta muito utilizada para fazer os charutos de Moxa ou Moxabustão, para aplicar alor nos pontos de acupuntura. Veja a foto abaixo

    De história milenar, originária do norte da China, moxabustão – 灸 – jiŭ (pinyin) significa, literalmente, “longo tempo de aplicação do fogo”, uma espécie de acupuntura térmica, feita pela combustão da erva Artemisia sinensis e também a Artemisia Vulgaris.
    É uma técnica terapêutica da M.T.C.. Baseia-se nos mesmos princípios e conhecimento dos meridianos de energia trabalhados na acupuntua, sendo amplamente utilizada nos sistemas de medicina tradicional da China, Japao, Coréia, Vietanam, Tibete e Mongólia. Acredita-se que seja anterior à acupuntura.
    A moxabustão trata e previne doenças através da aplicação de calor em pontos e/ou certos regiões do corpo humano.
    Terminologia

     Aplicação de Moxa, ilustração de origem japonesa
    A palavra “moxa” vem do Japonês mogusa (艾) (o u não é pronunciado com força). Yomogi (蓬) é outra palavra que designa esta técnica no Japão.
    Em chinês é utilizado o mesmo ideograma (艾), que em chinês se pronuncia ài. Também é utilizado o têrmo àiróng (艾絨), que significa “veludo de ài”.
    O ideograma chinês para moxabustão compõe metade da palavra chinesa zhēnjiǔ, ou japonesa “shinkyu” (針灸), que é geralmente traduzida como “acupuntura” no ocidente.
    O Preparo da Erva
    As folhas da Artemisia são lavadas, secadas, trituradas e peneiradas, até transformarem-se em uma massa uniforme, semelhante a uma lã vegetal – a moxa. Após preparada, a moxa pode ser moldada de diversas formas para sua utilização: as mais usuais são bastão e cone.
    Propriedades Terapêuticas
    A combustão da Artemísia tem a propriedade de aquecer profundamente. A aplicação do calor produzido pela moxa nos pontos ou meridianos de acupuntura, remove bloqueios de energia que obstruem o seu fluxo pelos meridianos, eliminando a umidade e o frio que promovem disfunções no organismo.
    O efeito do calor ou radiação infravermelha se soma a energia yang do corpo potencializando esse aspecto (yang) da energia (chi) podendo inclusive ser conduzido até o seu extremo ou seja a transformação no aspecto oposto da energia (yin). O calor de um dia quente pode ser amenizado com xícara de chá.
    Na patologia chinesa as doenças reumáticas são classificadas como doenças do frio, da tristeza e da umidade. O frio patogênico tem características Yin e consome o Qi (Chi) Yang. Predomina no inverno assim como as doenças do frio. Pode ser causado por contração e estagnação ou por exposição ao frio após transpirar, ou seer apanhado pelo vento e chuva.
    A depleção do Yang pode ser percebida por membros frios; palidez, diarréia com fragmentos de alimentos não digeridos nas fezes; urína límpida e abundante.
    A Umidade predomina no final do verão, época de chuvas, torna-se susceptível aos seus efeitos patogênicos com o uso de roupas molhadas e/ou residência em locais úmidos, ou mesmo contatos frequentes (ocupacionais) com a água. Se caracteriza por indolência e estagnação além de sintomas como tontura, cansaço, opressão no peito e epigástrio, náusea, vômitos, viscosidade e sabor adocicados na bôca. Doenças de pele, abcessos, úlceras gotosas, leucorréia de fluxo abundante são manifestações de seu poder patogênico. Como foi dito, pode se combinar com o frio ou calor.
    Aplicação

     
    Aceso, o bastão funciona como um charuto que deve ser aproximado do ponto ao qual se deseja acrescentar energia.
    O calor do bastão de moxa pode ser conduzido através da agulha de acupuntura, por aproximação da pele, ou mesmo queimando a erva diretamente sobre pele (neste caso pode causar pequenas marcas de queimadura).
    A técnica pode ser utilizada sozinha ou associada às práticas de acupuntura tradicional e ventosaterapia.

    Fonte: orienteocidente.wordpress.com